As contratações de crédito no Ceará via Banco do Nordeste (BNB) com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) cresceram 15% nos cinco primeiros meses deste ano, de acordo com informações da instituição financeira, totalizando um aporte de R$ 201 milhões.
O montante corresponde a 18,27% do total de R$ 1,1 bilhão em contratações do tipo feitas na área de atuação do BNB, que inclui, além dos nove estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. Ao todo, o banco contratou 39% a mais entre janeiro e maio deste ano, na comparação com período equivalente de 2021, quando foram contratados de R$ 847 milhões.
O BNB também afirmou que houve aumento de 28% no valor médio contratado pelos clientes, que passou de R$ 346 mil nos cinco primeiros meses do ano passado para R$ 446 mil em período equivalente de 2022. O aumento no volume de contratações acompanha, segundo o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), o crescimento no volume de serviços, que foi de 9,4%, quando considerada a média nacional. Além disso, em sete dos 11 estados atendidos pelo banco houve aquecimento nas atividades desse segmento.
Para o gerente executivo do Etene, Allisson David de Oliveira Martins, no caso do Ceará, esse impacto é ainda mais significativo que em outros Estados por conta da participação do setor na composição do PIB estadual, girando em torno de 75%. “O crédito tem um papel fundamental nessa retomada porque atua em duas vertentes. A primeira é na vertente dos investimentos. O empresário pode aumentar a sua capacidade produtiva e ter mais eficiência, fazendo investimento. A outra vertente é a do capital de giro”, explica.
Por sua vez, o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivo de Finanças no Ceará (Ibef-CE), Raul dos Santos Neto, orienta que nesse processo de retomada o empresário deve ficar atento à linha de crédito a ser escolhida. “Esses bancos de fomento, como BNB e o BNDES, têm linhas mais adequadas porque o prazo para pagar é longo, o que é importante quando você amplia seu negócio. Contudo, é preciso cuidado com as taxas de juros que estão muito altas, principalmente para os empréstimos de curto e médio prazo”, cita.
Já a presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Silvana Parente, lembra que “o Fundo Constitucional de Financiamento é uma excelente modalidade porque além ter um prazo razoável, ele também tem as modalidades de taxa pré-fixada e pós-fixada. O Banco do Nordeste já está aplicando a taxa pré-fixada, que é muito boa no sentido de o empresário poder se planejar. Isso deve ser com cuidado porque a Selic está alta, mas pode baixar e essa não é a única componente do FNE”.
Retomada
Em sete de 11 estados atendidos pelo Banco do Nordeste houve aquecimento nas atividades do setor de serviços. Média nacional é de 9,4%