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Passagens aéreas ficarão em patamar mais alto
Economia

Passagens aéreas ficarão em patamar mais alto

Alerta Iata
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Aumento dos custos da aviação com combustível tem feito com que os preços das passagens aéreas disparem. (Foto: )
Foto: Aumento dos custos da aviação com combustível tem feito com que os preços das passagens aéreas disparem.

O impacto dos aumentos das passagens aéreas já é notório ao consumidor brasileiro. Os bilhetes subiram, em média, 18,33% em um mês e acumulam alta de 88,65% em 12 meses.

Mas, como o preço do petróleo está muito alto, e o combustível é o maior custo das empresas desse mercado, o patamar de preço das viagens mudou e os passageiros terão de se acostumar com passagens aéreas mais caras, conforme Willie Walsh, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).

A entidade está realizando nesta semana, no Catar, seu encontro anual e o diretor refletiu sobre a problemática. "As pessoas terão de se acostumar (com passagens mais caras). Não sou mais um CEO de uma companhia aérea, mas olho os fundamentos", disse Walsh.

"O preço do petróleo está muito alto, e ele é o maior custo de uma aérea. As empresas podem fazer pouco quanto a isso. Podem fazer um hedge (proteção), um ajuste de curto prazo. Mas, no longo prazo, todo mundo tem de pagar o preço do petróleo, que mudou de forma estrutural para um patamar mais alto. E não há um modo de as companhias aéreas absorverem isso", completa.

A expectativa do mercado, com base na previsão do Morgan Stanley em relatório divulgado recentemente, é que o preço do barril de petróleo chegue a US$ 130 no início do segundo semestre e alcance US$ 150 no fim do ano. Isso preocupa a Iata.

Preços das passagens aéreas subiu de patamar desde a pandemia

Walsh usa dados do setor na pré-pandemia para mostrar o tamanho do impacto da alta do petróleo. "O preço médio do barril entre 2010 e 2019 foi de US$ 80. O petróleo representou nessa época, em média, 27% dos custos da indústria. Essa foi a melhor década na história da indústria, quando nossa margem era de 5,5%. Aí você vê que não é uma indústria muito lucrativa. Então o preço médio aumenta 30% e vai de US$ 80 para US$ 105. A matemática é simples, os preços das passagens precisam subir."

O diretor da Iata discorda das críticas às companhias aéreas e as classifica como "injustas".

"Não acho que seja difícil para as pessoas entenderem. Uma empresa aérea que está perdendo dinheiro não pode ser acusada de especulação quando está aumentando seus preços porque os custos aumentaram de forma significativa. Elas ainda estão perdendo dinheiro." (Com Agência Estado)

Perdas das companhias aéreas


Levantamento da Iata divulgado na segunda-feira mostra que as perdas do setor aéreo neste ano devem ficar em US$ 9,7 bilhões, ainda por conta da pandemia de covid-19. A entidade estima que 2023 deve, finalmente, ser o ano em que o setor como um todo voltará a registrar lucros.

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