O momento é de revisão de procedimentos de preços no mercado com a redução do ICMS para a gasolina. Mas a preocupação com o diesel continua. Isso é o que avalia o especialista no setor de Combustíveis e Energia, Bruno Iughetti.
Ele destaca que a queda de preços a ser repassada nos postos deve aliviar a inflação, mas, como a medida não vai impactar no diesel e já temos confirmações de aumentos no querosene de aviação, pressionando as passagens aéreas em pleno mês de férias, o custo dos derivados de petróleo para os transportes ainda serão dor de cabeça.
Bruno ressalta ainda que, tamanha variação de preços dos combustíveis no Brasil nos últimos anos "ultrapassa o nível de razoabilidade", pois não houve aumentos dessas proporções (75% para gasolina e 105% para o diesel) nos custos de refinaria.
Analisando o custo do barril de petróleo Brent no mercado internacional desde 2019, vemos que houve um pico de alta, de US$ 139,13 neste período de retomada em meio à guerra, mas também de baixa, de US$ 15,98 durante o início da pandemia quando a demanda despencou com a parada das cadeias econômicas.
Na maior parte do tempo, o preço do Brent ficou estável entre US$ 50 e US$ 70, extrapolando o nível de US$ 100 apenas em fevereiro de 2022.
Bruno enfatiza que é da política de preços da Petrobras que decorre esse movimento. Na sua avaliação, a nova diretoria indicada pelo Governo pode promover rearranjos "de tal forma que as variações sejam melhores assimiladas pelo consumidor final".
"Acredito que com a nova Presidência da Petrobras isso seja factível, pois não há justificativa para um lucro de R$ 100 bilhões em cima de um custo de produto que está acima da capacidade dos consumidores", complementa.
Para o doutor em Economia Almir Bittencourt, a interligação das economias do mundo gera esse efeito e, pela política de preços da Petrobras, "sempre ficaremos sujeitos às alterações do petróleo" enquanto a questão da oferta internacional não for resolvida. Então, os aumentos de preços podem continuar.