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Grupo canadense quer investir R$ 120 mi para extração de ouro no Ceará
Economia

Grupo canadense quer investir R$ 120 mi para extração de ouro no Ceará

| MINERAÇÃO| Expectativa é de geração de 1.150 empregos em projeto no município de Pedra Branca, no Sertão Central. Ativistas alertam para riscos socioambientais
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MEMORANDO foi assinado na manhã de ontem (Foto: Carlos Gibaja/Governo do Estado)
Foto: Carlos Gibaja/Governo do Estado MEMORANDO foi assinado na manhã de ontem

A empresa canadense South Atlantic Gold assinou memorando de entendimento com objetivo de exploração de ouro em Pedra Branca (a 268 km de Fortaleza). O investimento seria de R$ 120 milhões, ou aproximadamente 36% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele município, além de ser superior à arrecadação anual com tributos daquela prefeitura.

O grupo projeta gerar 1.150 empregos diretos, sendo 900 na fase de construção e 250 na fase de operação. Segundo estudo técnico realizado pela empresa, a expectativa é de produzir 66 mil onças de ouro, ou quase duas toneladas do minério valioso. Para a diretora administrativa da empresa no Brasil, Juliana Campos, o projeto em Pedra Branca é o principal ativo da companhia no País.

Ela destacou que a empresa tem como foco atual a exploração de mineração na América do Sul. “A South Atlantic Gold está focada na criação de valor para seus acionistas por meio do desenvolvimento e aquisição de ativos minerais de alta qualidade e localizados em jurisdições estáveis e amigáveis à mineração”, destacou. Da parte do governo do Estado, o projeto envolverá as secretarias do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente, da Educação, da Infraestrutura, da Ciência, Tecnologia e Educação Superior.

Para o secretário Maia Júnior, titular da Sedet, essa e outras iniciativas recentes na área de mineração representam um passo importante no desenvolvimento econômico estadual. Nesse sentido, ele lembra que “o Ceará foi escolhido para uma pesquisa geoeconômica pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), uma estatal que trabalha com pesquisas minerais no País. Esse será um estudo muito importante, além do trabalho que nós estamos fazendo do Atlas de Mineração, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec)”.

Maia Júnior cita ainda alguns projetos de mineração já em andamento, em fase de licenciamento ambiental ou de estudo técnico. “A gente conseguiu já colocar aí em operação de lavras uma empresa em Sobral, a MDN, que explora o minério de ferro. A gente também tem exportação de manganês e platina, cuja produção também acontece em Pedra Branca. Estamos também em contato com outra empresa cotada na bolsa do Canadá, a maior do mundo em minérios, com objetivo de explorar ferro e vanádio em Tauá”, lista.

“Nós estamos dando os primeiros passos, mas muito comedidos porque, além da importância de explorar esses recursos minerais é importante que esses projetos venham com responsabilidade ambiental. Não queremos de maneira nenhuma fazer explorações que possa trazer danos à natureza do estado do Ceará no seu futuro”, disse Maia Júnior, a despeito das críticas de ativistas quanto à produção de urânio e fosfato na mina de Itataia, tal como noticiou O POVO no especial Projeto Santa Quitéria.

Por fim, o vice-presidente da Fiec, Carlos Prado, reitera que a assinatura do memorando “significa um momento importante para o Ceará, com a chegada de empresas especializadas em mineração e que descobrem a potencialidade do Estado nessa área, a qual, naturalmente, precisa ser confirmada”. (Colaborou Alan Magno)

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