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Banco Central do Brasil agiu mais rápido, dizem economistas
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Banco Central do Brasil agiu mais rápido, dizem economistas

Explicação para o câmbio
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Moeda brasileira vem se valorizando acompanhando altas da taxa de juros, no cenário doméstico, e do preço das commodities, no cenário internacional  (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Foto: José Cruz/Agência Brasil Moeda brasileira vem se valorizando acompanhando altas da taxa de juros, no cenário doméstico, e do preço das commodities, no cenário internacional

Parte da explicação para que o real tenha se desvalorizado menos em relação ao dólar, na comparação com outros países está em um movimento iniciado em março do ano passado, na avaliação de Ricardo Eleutério, que integra o Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), a elevação da taxa básica de juros (Selic).

Para se ter uma ideia, a Selic passou de 2% naquele mês para 13,25% em junho deste ano, quando da realização da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen). "Com isso, a rentabilidade fica maior e isso tanto evita a fuga de dólares. quanto cria um ambiente para entrada da moeda norte-americana", explica.

Além disso, ele acrescenta que, "quando os Estados Unidos também elevaram a sua taxa de juros, o dólar sobe no mundo todo porque os capitais migram para lá, com uma série de reflexos. Por exemplo, desde a criação do euro, ele não empatava com o dólar. Foi a primeira vez que isso aconteceu, porque o Banco Central Europeu demorou muito a atuar e elevar as taxas de juros por lá".

Nesse cenário, o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, lembra que "enquanto o dólar se valorizou 15%, em média ,na comparação com outras moedas, o real caiu cerca de 10% nessa mesma comparação. Isso é um ponto bem importante, porque mostra que a moeda brasileira vem se valorizando. Esse movimento do câmbio também acompanha a alta do preço das commodities".

Ele acrescenta que, principalmente, na comparação com o peso argentino, esse fenômeno cambial favoreceu que a Argentina voltasse a ser vista, não só como um bom destino turístico, mas junto com o contexto de escassez global do trigo, por conta da guerra na Ucrânia, também como um parceiro comercial estratégico, já que esse é o produto que o Brasil mais importa do país vizinho.

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