O Hospital da Universidade Estadual do Ceará (Uece) deve contar com uma plataforma inédita para instituições de saúde pública e que é preparada para estar pronta já no início das atividades, previstas para daqui a seis meses. Trata-se do projeto Smart Hospital, fruto de uma parceria com a chinesa Huawei e que consiste em um sistema projetado para auxiliar os profissionais da saúde desde a administração até o atendimento dos pacientes, e também a pesquisa.

Assinado há duas semanas, o acordo entre a Uece e a Huawei envolve computação em nuvem e articula profissionais da computação e da saúde na Universidade, segundo conta o professor Rafael Lopes Gomes, do curso de Computação e coordenador do projeto. Sem revelar o quanto de investimento envolve a iniciativa, ele destaca que o projeto deve ser referência nacional.

"O objetivo do sistema é dar um suporte a todo ciclo de atividades que tem no hospital. Isso tudo é pensando em prontuário eletrônico, gerência de estoque, e vai servir para ter uma organização melhor do hospital", diz, projetando "formar uma base de conhecimento para aprimorar a inteligência artificial para diagnóstico de doenças, suporte aos médicos e aos pacientes."

Rafael conta que as atividades entre a Uece e a Huawei começaram há dois anos em treinamentos em computação em nuvem. Ao todo, mais de 200 alunos foram capacitados, o que dotou a Universidade de pessoal capaz de desenvolver projetos mais robustos.

"A ideia é que a plataforma seja tanto para o público interno do hospital, mas quem também isso chegue à população, por exemplo, através de um sistema web ou um aplicativo. Então, essa habilidade da gente ter em nuvem vai possibilitar, por exemplo, você como um paciente, como um usuário dentro do hospital, poder ver, por exemplo, o seu agendamento de consulta, de como está a disponibilidade do medicamento que você precisa, liberações, etc", exemplifica.

Hoje, o Smart Hospital da Uece envolve 16 profissionais, mas Rafael estima que, à medida que a plataforma for ficando mais robusta, sejam necessários mais profissionais.

"Nós vamos ter um dos maiores hospitais de Fortaleza, talvez um dos maiores no Brasil dentro de universidades, e a ideia é que essa vivência toda seja bastante inteligente e que também fomente pesquisa e desenvolvimento. O Ceará tem um histórico muito grande de fazer inovação e pesquisa bem aplicada. Com essa experiência pode ser que a gente desponte ainda mais", finaliza o professor.