O Ceará estará apto para ter um mercado de abastecimento interno e, também, exportar carne bovina em cerca de dois anos, segundo prospecção do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira.
O prazo é equivalente à eliminação da febre aftosa sem vacinação no Estado, um desafio a ser vencido para comercialização do produto internacionalmente.
O período no Estado será menor do que o que consta no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE PNEFA), estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), que é até 2026 para eliminação da febre aftosa sem vacinação em todo o Brasil.
Para pulverizar essa ação, a Faec, em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), lançou na manhã desta segunda-feira, 25 de julho, a campanha “Ceará livre da febre aftosa sem vacinação”.
Com este reconhecimento, Amílcar acredita que o Estado ganhará novos mercados para poder comercializar o produto com maior valor agregado.
Apesar de não termos conhecimento de nenhum caso no Ceará, no passado o setor já teve problemas com barreiras sanitárias.
Então querem, agora, dar um novo salto que depende da iniciativa privada ser livre sem vacinação para ter este reconhecimento.
"Surgiu a oportunidade nessas conversas de zona livre para a exportação, também exportarmos carne bovina, mas o nosso interesse no momento é atender o mercado do Ceará, principalmente a Região Metropolitana de Fortaleza, pois de três milhões de cabeças que temos, não existe nenhum frigorífico grande e bom. E a gente precisa se preparar para fazer isso", informa o presidente da Faec.
Ele considera que, basicamente, hoje, não existe pecuária de corte no Estado. A ideia é que no futuro aconteça a atração de grandes investidores para cá.
"As áreas que existem em outros estados, como sul da Bahia e no Mato Grosso, estão muito caras e as nossas na comparação são baratas. Aqui é um atrativo. Estamos dando o primeiro passo", declara.
A carne bovina no País varia entre quarta e quinta posição de produtos do agronegócio mais exportados do Brasil e o Ceará não participa deste mercado.
"Estamos preparando o Ceará para ser uma fronteira agrícola. E nós temos algumas tarefas a fazer, inclusive os produtores rurais e essa é uma das tarefas", analisa Amílcar.
Hoje, a carne consumida no Estado vem do Norte, especialmente do Maranhão e do Pará. O consumo per capita é de 36 quilos por habitantes e esse é o desejo de mercado do presidente da Faec.
O segundo passo, após atender o Ceará é a exportação internacional para diversos locais compradores no mundo.
"Eu acho que a União Europeia colocou essa barreira exatamente para prejudicar, pois tem medo do Brasil avançar no mercado internacional. O Brasil é o maior importador do mundo de carne, mas no Nordeste basicamente ninguém exporta por conta dessas barreiras sanitárias.
Em relação à agricultura Amílcar considera que o momento é bem oportuno, sem a crise hídrica. "Esse ano o agronegócio vai crescer bastante. A nossa expectativa é que alguns setores em dois dígitos. Entre os gargalos estão a burocracia aqui no Estado", finaliza Amílcar.
Brasil
A meta para que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação é até 2026, segundo o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE PNEFA)