O preço do litro da gasolina no Ceará deve cair cerca de R$ 0,10 nas bombas, com a entrada em vigor, hoje, da redução média de R$ 0,15 no preço do litro da gasolina vendido às distribuidoras pela Petrobras.
A estimativa é do assessor econômico do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), Antônio José Costa, e foi feita em entrevista exclusiva ao jornal O POVO.
Em quatro semanas, o preço médio do combustível no Estado caiu 19,1%, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). No último dia 19, a Petrobras já havia implementado um reajuste negativo nos preços, adotando uma redução de R$ 0,20 no preço do litro do combustível praticado nas refinarias.
Na avaliação de Costa, o cenário de queda deverá permanecer. "É um fator muito positivo para o consumidor. As baixas da Petrobras estão relacionadas à queda no preço do barril de petróleo e isso deve se manter por um tempo e como já reduzimos os impostos no Estado, o preço deverá normalizar em um patamar menor", pontua.
Conforme dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina no Brasil atingiu ontem preço 2% maior do que a média internacional, com uma diferença de R$ 0,07. Na avaliação da entidade, quando não há defasagem as chances de aumentos nos preços por parte da Petrobras caem.
Mas se a gasolina vem em queda acentuada de preços nos últimos 30 ou 40 dias, o mesmo não se pode dizer do litro do óleo diesel, que teve redução de apenas 1,64%, no período e viu uma inversão inédita em termos de competitividade, passando a ficar mais caro que a gasolina.
De acordo com o economista Wandemberg Almeida, “o preço do diesel mais caro acaba influenciando na tabela do frete, no lucro das transportadoras e isso faz com que o preço de alguns produtos sofra elevação, o que leva a um cenário de inflação”.
Já o professor de economia e finanças do Centro Universitário Estácio do Ceará, Thiago Holanda, destaca que a manutenção do diesel em um patamar elevado impede que haja um controle mais expressivo do processo inflacionário.
O especialista em petróleo e gás, Ricardo Pinheiro, por sua vez, lembra que a tendência na redução do preço internacional do petróleo registrada nas semanas anteriores, não se repetiu na atual semana.
No caso do Brasil, o fenômeno foi contrabalançado pelo cenário cambial favorável. “Houve uma queda do dólar considerável na última semana. Ele caiu de R$ 5,47 para R$ 5,18”, ressalta.
“Esse balanceamento entre preço do petróleo e câmbio deve manter os valores dos combustíveis estáveis ou com margem para queda, pelo menos, até o fim de agosto”, projeta.
Vale lembrar que, além da gasolina, a Petrobras também anunciou ontem, a redução nos preços dos combustíveis de aviação e do asfalto. (Colaborou Alan Magno)