A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) projeta investir entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões nos próximos dez anos em obras de água e esgoto no Estado. O montante visa atender as determinações do Marco do Saneamento, que prevê universalizar o atendimento de água e esgoto no Brasil.
Nos últimos anos, a Cagece alcançou nível de governança que permitiu a emissão de debêntures, inclusive com uma emissão de debênture incentivada.
O movimento rendeu em série 1 R$ 260 milhões e em série 2 outros R$ 515,99 milhões. O total da captação ocorrida entre janeiro e abril de 2021 foi de R$ 775,99 milhões.
O diretor de Relações com Investidores da Cagece, Alvaro de Paula, destaca que a captação dos recursos para realização dos aportes em obras de saneamento serão provenientes de bancos de desenvolvimento, em financiamentos.
Mas mira também em captações no mercado de capitais, por novas emissões de debêntures ou mesmo a abertura de capital com oferta de ações na Bolsa (IPO), que é uma ideia estudada pela cúpula da Cagece e Governo do Ceará.
"Temos uma meta a ser realizada até 2033, então vai ser necessário uma composição de recursos próprios e recursos terceiros, que certamente virão de bancos de desenvolvimento, instituições multilaterais e instrumentos do mercado", afirmou o diretor de RI durante participação no VII Encontro Nordeste da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec), realizado até ontem em Fortaleza.
No Ceará, o grande desafio é saneamento básico. Segundo dados da Cagece, a cobertura de esgotamento sanitário variou pouco entre 2017 e 2021. O número de casas com serviço de esgoto subiu de 774 mil para 861 mil em quatro anos.
Esse montante representa apenas 44% do total de habitações atendidas pela Cagece no Ceará. O plano nacional prevê que até 2033 92% dos esgotos sejam tratados. Para o abastecimento de água, a meta é fechar 2023 com 100% do território nacional abastecido com água potável.
Com relação ao abastecimento de água, a Cagece possui uma situação mais cômoda, com 98,5% das residências de sua área de atuação atendidas com o serviço.
Vale destacar que a Cagece separa o mapa estadual em três grandes áreas (Centro-Norte, que inclui a Grande Fortaleza, Oeste, que inclui Sobral, e Centro-Sul, que inclui Juazeiro do Norte).
No caso da área Centro-Norte, são 4,4 milhões de clientes e 67 municípios atendidos. Mas a cobertura de esgoto só chega a 50,4% dos clientes. Já nas microrregiões Oeste e Centro-Sul a cobertura de esgoto é menor ainda, de 24,4% e 22,5%, respectivamente.
O diretor da Cagece destaca que as ações são urgentes nas três áreas, já que, mesmo tendo uma cobertura maior, a região Centro-Norte concentra a maior parcela de população e municípios atendidos.
Telemedicina e agronegócio no interior darão salto com 5G
A viabilização da infraestrutura para o sinal 5G no Nordeste não deve ser centralizada nas capitais, mas sim distribuída igualitariamente no interior. Isso é o que afirma o CEO da Brisanet, Roberto Nogueira. A telecom está focada em interiorizar o 5G e a fibra óptica até 2025, estendendo a presença da empresa com as tecnologias em todo Nordeste.
Roberto destaca que o DNA da empresa, de ter se desenvolvido primeiro nas cidades do interior cearense, criou esse laço que deve fazer com que a Brisanet avance simultaneamente nas duas frentes.
Pelas regras previstas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o prazo para entrada em operação do 5G nas capitais é até 29 de setembro.
"A Brisanet está muito avançada. Outros operadores regionais do leilão estão esperando o movimento da Brisanet no Nordeste", afirmou durante sua participação no VII Encontro Nordeste da Apimec Brasil.
A perspectiva é que mais de 200 serviços serão incrementados pelo 5G no Nordeste. "Entramos na rede móvel para sermos superiores aos concorrentes, inclusive melhorando os serviços de forma considerável no Interior."
Ele destaca ainda querer viabilizar no Interior a chegada de outras tecnologias, gerando possibilidades de novos negócios e serviços, como telemedicina, agricultura, segurança entre outros.
"A tecnologia vai estar nas mãos das pessoas", afirma. "Vai ser impossível operar com eficiência sem uma boa cadeia de telecomunicações", complementa Roberto sobre o cenário que se impõe com a chegada da tecnologia 5G.
Projeto é chegar a 2 mil Pague Menos até 2025, diz Deusmar
O projeto da Pague Menos é chegar a 2 mil lojas até 2025, segundo o fundador da marca, Deusmar Queirós.
Atualmente, com a aquisição da Extrafarma, concluída no último dia 1º, o número de unidades chegou a aproximadamente 1,6 mil. Com isso, passou a ser a segunda maior rede de farmácias do País. Atrás apenas da Raia Drogasil.
A afirmação foi feita pelo executivo ontem em evento da Apimec, em Fortaleza. Ele destacou ainda que a aquisição permitiu um upgrade (melhora) na cadeia logística própria, com incremento dos Centros de Distribuição da Extrafarma localizados em São Paulo, Paraná e Maranhão.
Sobre os produtos das lojas, ele frisa que 80% são atendidos por transportadora própria.
Ainda detalha a possibilidade de internacionalização, inclusive, citando o mercado dos Estados Unidos. "Quem administra farmácia no Acre, consegue administrar tranquilamente em Nova York, Orlando", complementa Deusmar.
Desafio
No Brasil, 35 milhões de pessoas vivem sem acesso à água e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta e ao tratamento do esgoto, segundo dados do Instituto Trata Brasil