A possibilidade de interiorização da oferta de energia proveniente de fontes renováveis com foco no abastecimento da demanda do hub de hidrogênio verde no Complexo do Pecém, pode acontecer, mas dependeria de leilões para expansão das redes de distribuição, enfatiza ao O POVO o diretor de Operações da Qair Brasil, Gustavo Silva.

A ideia de maior interiorização dos projetos foi mencionada pela governadora do Ceará, Izolda Cela, que falou que o Governo espera que empresas de pequeno e médio porte sejam incluídas nesse processo de desenvolvimento.

O executivo destaca que esse processo depende de "vontade política", pois a expansão da rede de distribuição ocorre via leilões de expansão de linhas de transmissão de rede, promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Ministério de Minas e Energia (MME).

Para atender à usina de H2V da Qair, a companhia investe tanto em projetos de produção de energia offshore, quanto em parques de energia solar.

Em junho passado, a Aneel realizou o leilão do edital do leilão de transmissão 01/2022, o maior certame da história da Agência, com expectativa de movimentação de R$ 15,3 bilhões em investimentos. Foram 13 lotes licitados em 13 estados, com 5,4 mil km de linhas de transmissão em 29 linhas, com nove subestações.

A expectativa é de gerar 30 mil empregos com os projetos e o prazo de execução vai de 42 a 60 meses.

A expansão deve continuar, já que a Aneel já aprovou a minuta de mais um edital de leilão de transmissão a ser realizado em dezembro. Serão seis lotes, com previsão de R$ 3,27 bilhões em investimentos, localizados nos estados do Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.

Uma das novidades do certame é a possibilidade de caducidade do contrato de concessão, em caso de recuperação judicial dos sócios, controladores ou não do empreendimento, informa a Aneel.