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Cenário inflacionário adverso pode perdurar em 2023
Economia

Cenário inflacionário adverso pode perdurar em 2023

Análise.
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A estabilização do mercado com a retomada da economia deve ser traduzida em estabilização de preços dos bens industrializados e alimentos. Mas, a injeção de recursos via benefícios sociais deve concentrar a inflação nos serviços. Essa é a avaliação de Tatiana Nogueira, economista da XP.

Segundo a analista, o páreo eleitoral pela Presidência da República indica que deve haver manutenção do auxílio governamental de R$ 600 para famílias pobres. E isso deve fazer com que a inflação fique concentrada e afete essa parte da população.

Sobre as cadeias de produtos, Tatiana observa que os bens industrializados demonstram tendência de descompressão de preços, após dois anos elevando seu patamar de custos. Já os alimentos voltam a pesar mais no bolso, porém, há expectativas positivas para o segundo semestre.

O ponto negativo fica por conta dos serviços prestados às famílias. "Continuam sendo o calcanhar de Aquiles, mostrando uma aceleração forte. E a liberação do recurso extra do Auxílio Brasil tende a contribuir para essa inflação”.

"A inflação alta que enfrentamos neste ano acaba contaminando a inflação desses grupos no ano que vem. Então, temos uma previsão de inflação em 5% em 2023 com um risco de alta", explica.

Esse cenário acaba por prejudicar as previsões de outro indicador: do Produto Interno Bruto (PIB). Isso porque, com os preços subindo muito, o consumo tende a deprimir.

Tatiana diz que os aumentos de custos em 2023 devem ser em patamares menos bruscos do que enfrentamos em 2022, com menor influência de fatores externos, mas o crescimento da economia deve ser tímido.

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