Os recursos aplicados pelo Banco do Nordeste (BNB) somaram R$ 22,37 bilhões no primeiro semestre de 2022 e expandiram em 9,8% a atuação em relação ao primeiro semestre de 2021. Do montante, R$ 4,1 bilhões foram aplicados em cerca de 540 mil operações no Ceará.
Os números constam no balanço divulgado ontem pelo banco e que aponta ainda para um lucro líquido de R$ 701,34 milhões. As operações de crédito que levaram a esse montante chegaram a 2 milhões e o resultado operacional foi a R$ 1,2 bilhão.
No primeiro semestre deste ano, as contratações com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal funding da Instituição, atingiram a marca de R$ 16 bilhões. Alta de 27,7% em relação a igual período de 2021.
Para o presidente do BNB, José Gomes da Costa, apesar das graves repercussões da guerra na Ucrânia no cenário global, que agravaram a pressão inflacionária no mundo e a consequente alta dos juros, o arrefecimento da pandemia tem ajudado a impulsionar a retomada da economia. Com isso, aumentou a demanda por crédito.
"A nossa expectativa é que tenhamos um segundo semestre muito forte, com mais retomada econômica, e com um resultado bem superior ao do ano passado. Se no primeiro semestre chegamos a R$ 22,37 bilhões, e no ano passado aplicamos R$ 42,5 bilhões, se mantivermos essa pegada, devemos chegar a algo em torno de R$ 45 bilhões neste ano."
Segundo ele, o aquecimento da demanda por crédito é observada em todos os setores produtivos. Os microempreendedores urbanos (R$ 5 bilhões) e rurais (R$ 1,9 bilhão) e o segmento de micro e pequena empresa (R$ 2,2 bilhões) receberam mais de 40% do total contratado.
Outro destaque foi o agronegócio. Com um total de R$ 4,3 bilhões desembolsados até junho, o BNB observa que conta apenas com 8,9% da rede bancária em toda área de atuação, mas respondeu por 53,3% dos financiamentos deste setor.
Gomes reforça ainda que, apesar da escalada dos juros no Brasil, o banco tem conseguido manter as taxas mais competitivas no mercado. E não apenas por se tratar de um crédito subsidiado. Em março deste ano, foi autorizado aos tomadores de crédito migrarem de uma taxa pós-fixada, atrelada ao IPCA, para a pré-fixada. O que significou uma queda nos juros entre 10% a 14% a depender do segmento.
Porém, Gomes alerta que essa migração, que pode ser solicitada uma única vez e apenas até 31 de dezembro deste ano, faz mais sentido para aquelas operações de prazo mais curto, de até três anos, considerando que a previsão é que a inflação se aproxime mais do centro da meta nos próximos anos. (Colaborou Armando de Oliveira Lima)