Ao serem apresentados aos potenciais do Complexo do Pecém, os portugueses se mostraram interessados na criação de uma rota marítima de cargas entre os dois destinos com a possibilidade de englobar o mercado africano a partir de Cabo Verde.
"Isso depende sempre da carga e das oportunidades. Precisamos identificar o tráfego existente entre o Ceará, e outros estados brasileiros, para a África via cabo verde e Portugal. Vendo agora, e é isso que precisamos analisar, a existência desse tráfego, encontrar clientes que possam servir no lançamento e, depois, trazer mais carga, oportunidade e indústria", apontou João Silva, diretor executivo da Navex.
Da mesma forma, Luís Miguel Silva, do Porto de Sines, aponta as cargas já produzidas como propícias a viabilizar a ligação direta entre os dois destinos. Por isso cita a siderurgia e as frutas frescas cearenses e os vinhos, bacalhau e azeites portugueses como exemplo.
"Mas são dois mercados relativamente pequenos e, por isso, é difícil. Temos tentado há muitos anos implementar essa ligação direta e não tem sido fácil. Mas vamos continuar e, com certeza, vamos conseguir ganhar essa batalha", ponderou.
As potencialidades do Pecém foram apresentadas por Duna Uribe, gerente comercial do Complexo, e Eduardo Neves, presidente da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará. Na quinta-feira, 11, os 12 portugueses fizeram um sobrevoo no Complexo, quando puderam ver os 19 mil hectares de terreno disponível para alocação de indústrias que rodeiam o 7º maior porto do País e o 3º do Nordeste.
"É um porto que consegue crescer. Não existe limitadores", enfatizou Duna, ao citar que o parceiro holandês do Pecém, o Porto de Roterdã, possui 12 mil hectares de área.
Ela ainda demonstrou o potencial do Porto na distribuição das cargas internacionais a partir de 6 linhas de cabotagem, além de levar ao exterior itens produzidos no território cearense e de estados vizinhos.
Já sobre a ZPE, Neves demonstrou a relevância do equipamento que atraiu a Companhia Siderúrgica do Pecém e transformou a pauta exportadora a partir de uma tributação diferenciada para as indústrias que operam na Zona. Atrativo que é visado por 24 projetos de hidrogênio verde, rochas ornamentais, baterias para veículos elétricos, indústria cimenteira, térmicas e petróleo e gás já assinados para o setor 2 da ZPE.