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Atividade econômica no Ceará cresce 3,84% no acumulado do ano, aponta Banco Central
Economia

Atividade econômica no Ceará cresce 3,84% no acumulado do ano, aponta Banco Central

|PRÉVIA DO PIB| Índice é superior ao do País, que foi de 2,24%, e inferior ao do Nordeste, que chegou a 4,58% no período. Retomada do setor de serviços explica alta, segundo analistas
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RETOMADA do consumo interno tem contribuído para recuperação da economia cearense (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves RETOMADA do consumo interno tem contribuído para recuperação da economia cearense

A atividade econômica do Ceará cresceu 3,84% nos seis primeiros meses de 2022, conforme aponta o Banco Central. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta é mais modesta de 2,63%.

O Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), divulgado ontem pelo Banco Central mostrou ainda que o Estado segue crescendo acima da média nacional, cujo índice (que segue metodologia semelhante, mas é denominado de IBC-Br) foi de 2,24%, no semestre, e de 2,18%, nos últimos 12 meses.

A expansão da economia cearense, porém, ficou abaixo da média de crescimento do Nordeste. Na região como um todo, a expansão da atividade econômica foi de, respectivamente, 4,58% e 3,5%, nos mesmos períodos analisados.

Vale lembrar que tanto o IBC-Br quanto o IBCR servem de parâmetro para avaliação da evolução da atividade econômica pelo Banco Central e são considerados prévias do Produto Interno Bruto (PIB) por economistas, com algumas ressalvas.

Isso porque os indicadores incorporam informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: a indústria, o comércio e os serviços e a agropecuária, mas também do volume de impostos. No caso do IBC-Br, o índice é utilizado também para embasar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% ao ano.

O que está impulsionando a economia do Ceará?

Voltando a falar especificamente do Ceará, o economista Alex Araújo destaca que o crescimento da atividade econômica no Estado foi muito puxado pela velocidade da retomada do mercado interno, diferentemente do que ocorreu em outras partes do Brasil, que tiveram resultados mais impactados pelo cenário internacional. “A pandemia afetou muito o nosso consumo. Então, esse movimento de volta à normalidade termina trazendo resultado maior para a nossa economia local. Isso impacta o comércio, inclusive o de material de construção, além de algumas indústrias e se reflete em números melhores que o do País”, explica.

Por sua vez, o professor de economia e finanças do Centro Universitário Estácio, Thiago Holanda, destaca que além do crescimento verificado no primeiro semestre deste ano, o Ceará já vem apresentando taxas de crescimento superiores às do Brasil há, pelo menos, uma década. “O Estado tem apresentado um bom equilíbrio nas contas públicas, não tem apresentado problemas na sua gestão fiscal e, também, tem tido recorde de arrecadação. Quando as contas públicas estão em ordem, isso abre muitas portas para investimentos não somente do setor público mas também do setor privado”, observa.

No mesmo sentido, o vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças no Ceará (Ibef-CE), Raul dos Santos Neto, acrescenta que “uma sucessão de gestões estaduais e municipais no Estado tem se preocupado muito com a ambiência de negócios, o que tem gerado oportunidades. Além disso, o Ceará encontrou as suas reais vocações econômicas. Tem ainda a questão da localização geográfica, aproveitada com o desenvolvimento da região do Porto do Pecém e do Aeroporto de Fortaleza e também pelo hub de cabos de fibra ótica, entre os mais modernos do País. Tudo isso atrai investimentos”.

Por outro lado, a economia cearense cresceu menos que a do Nordeste nos primeiros seis meses do ano, segundo analistas ouvidos pelo jornal O POVO, muito em decorrência da maior competitividade agrícola de estados como a Bahia, o Piauí e o Maranhão, que tem apostado fortemente na produção de grãos, incluindo a soja.

“Essa diferença entre Ceará e Nordeste decorre do impacto da fronteira agrícola que está se expandindo nas regiões do Cerrado desses três estados. Nossa pauta exportadora ainda é muito focada em frutas, pescado e camarão e teve menor peso nas exportações que os grãos, nesse período”, explica Alex Araújo.

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