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Projeções de investimentos em hidrogênio verde ultrapassam R$ 117 bilhões
Economia

Projeções de investimentos em hidrogênio verde ultrapassam R$ 117 bilhões

|NO CEARÁ| Cálculo leva em conta apenas os números das 7 empresas que têm projetos detalhados para produção dessa fonte de energia. Outras 15 já assinaram memorandos de entendimento
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POTENCIAL do hub de hidrogênio foi apresentado pela Fiec na CDL Fortaleza (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES POTENCIAL do hub de hidrogênio foi apresentado pela Fiec na CDL Fortaleza

Sete das 22 empresas que assinaram memorando de entendimento para produzir hidrogênio verde (H2v) no Ceará, mais precisamente no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), têm projeções somadas de investir R$ 117 bilhões em projetos relacionados a essa fonte renovável de energia.

O valor pode ser ainda maior, se considerarmos que as estimativas foram feitas em dólar (e chegam a US$ 22,7 bilhões) e que outras 15 empresas ainda estão em fase de análise e dimensionamento, ou seja, estudos e detalhamentos, de seus respectivos projetos. O cálculo foi apresentado ontem pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, em encontro promovido ontem pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza para debater o assunto.

Juntas, as futuras usinas de hidrogênio verde das sete empresas em estágio mais avançado de implantação da tecnologia no Ceará somam cerca de 11,74 GW (gigawatts), o equivalente a 6,5% da necessidade energética anual do Brasil. Uma vez iniciada, a produção no Estado deve se concentrar, contudo, na exportação, notadamente para a Europa, que busca reduzir sua dependência do gás russo. Para o presidente da Fiec, a propósito, a guerra entre Rússia e Ucrânia é também por energia. “Há uma necessidade muito grande por energia e o Ceará têm essa vertente de produzi-la de forma renovável”, disse.

Ele projetou que “em quatro anos o Ceará talvez seja uma das maiores economias do País em relação a isso e um grande exportador de energia. Nossa indústria está preparada e as indústrias verdes que virão para cá farão grande diferença nesse mundo novo do ESG (sigla inglesa que define empresas com compromissos ambientais, sociais e de governança). Até porque o hidrogênio verde e as outras energias renováveis facilitam as vendas para as gerações X e Y, que não aceitam consumir produtos que emitam CO2, o dióxido de carbono, gás poluente responsável por grande parcela do processo de aquecimento global”.

Por sua vez, o presidente da CDL de Fortaleza e anfitrião do encontro, Assis Cavalcante, lembrou que “toda essa cadeia produtiva do hidrogênio verde que demanda uma fonte de energia limpa como a eólica ou a solar, em uma ponta, chega até o comércio, na outra ponta, já que todo esse processo vem trazer benefícios em termos de emprego e renda”.

Ele conclui afirma que já é notória a mudança na mentalidade do empresariado local, inclusive dos lojistas do varejo, quanto à necessidade de se investir em fontes renováveis. “São energias menos poluentes e que fazem com que o sol e o vento, que já foram vistos como problema para a nossa região, trabalhem a nosso favor”, ressalta.

“A gente só não vê, ainda, muitas placas solares nas lojas por conta do sombreamento ali no Centro de Fortaleza, mas nas fazendas e nos sítios dos lojistas elas já são uma realidade”, conclui.

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Projetos já detalhados

Empresas e investimentos*

Qair Brasil, R$ 35,7 bilhões

Fortescue Future Industries R$ 30, 9 bilhões

Energix Energy R$ 27, 8 bilhões

AES Brasil R$ 10,3 bilhões

Transhydrogen Alliance R$ 10,3 bilhões

Engie Brasil R$ 1,5 bilhões

EDP R$ 257,5 milhões

*Valores em dólar, convertidos em real pela cotação de 5 de setembro de 2022

Fonte: Fiec/O POVO

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