A ação de estados e municípios de buscarem outras fontes de recursos para financiar programas de habitação popular é correta ao buscar menor dependência de programas federais. Essa é a avaliação Luís Renato Bezerra Pequeno, doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Atualmente, são pelo menos 80 mil moradias com obras paradas no Brasil. O Casa Verde Amarela tem várias faixas de atuação, mas os cortes impactam especialmente as famílias com renda inferior a R$ 1,8 mil, que não tem condições de assumir um financiamento.
O professor entende que o problema da moradia não se restringe à construção de novas unidades.
"O pior (cenário) é no caso das obras de urbanização de favelas e na infraestrutura urbana que se desgastam com a falta de continuidade. Em geral, a política habitacional parou de funcionar", afirma.
Ele destaca ainda que, para as iniciativas de melhorias habitacionais darem certo, é necessário um programa de assessoria técnica, além de uma política bem desenvolvida, para que não exista dependência de recursos descentralizados "de vínculos clientelistas", como as emendas parlamentares.