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Com retomada, planejamento para Réveillon de Fortaleza é receber 600 mil turistas
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Com retomada, planejamento para Réveillon de Fortaleza é receber 600 mil turistas

Número de pessoas de fora do Estado esperado volta ao patamar pré-pandemia, quando a Cidade teve 2º maior Ano-Novo
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Réveillon 2022: Prefeitura espera até mesmo ultrapassar 600 mil pessoas (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Réveillon 2022: Prefeitura espera até mesmo ultrapassar 600 mil pessoas

O turismo em Fortaleza voltou com força total, após o período de restrição da pandemia. E os planos para o Réveillon já estão em curso, prevendo dois dias de festa, atrações internacionais e a volta ao patamar de 600 mil pessoas de fora do Estado nas festas de fim de ano.

Isso porque, a Cidade foi o segundo destino mais procurado no Brasil, no último período de férias de julho, perdendo apenas para Gramado, na Serra Gaúcha.

Foram cerca de 400 mil turistas, principalmente do Brasil, mas também do Exterior, que visitaram a capital cearense e injetaram mais de R$ 1,5 bilhão na economia local. A média diária de passageiros no Aeroporto de Fortaleza chegou a 17 mil e os hotéis tiveram até 80% da ocupação.

Com todos estes dados positivos, às vésperas do Dia Mundial do Turismo, o secretário de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, afirma que “o turismo voltou com força total”.

Ele arrisca dizer que os números já se mostram melhores do que aqueles que se tinha antes da pandemia da Covid-19.

Para se ter uma ideia, com a expectativa de receber cerca de 600 mil turistas apenas no Réveillon, a cidade voltaria ao patamar da temporada de verão e a virada do ano de 2019 para 2020, quando se teve a segunda maior festa do Brasil, perdendo apenas para a do Rio de Janeiro. 

À época, a festa na Beira-Mar foi a maior já realizada na Cidade.

Para este ano, a Prefeitura prevê dois dias de festejos de fim de ano, inclusive com atrações internacionais, o que atrairia ainda mais pessoas de fora.

“Estamos muito animados com o cenário projetado para o turismo que é peça-chave para a nossa economia”, comenta Pereira.

Turismo nacional em expansão

O secretário de Turismo de Fortaleza diz ainda que grande parte do otimismo do setor vem da demanda reprimida no período de pandemia, e do comportamento do turista brasileiro.

Com as restrições sanitárias impostas pela Covid-19, além da valorização das moedas estrangeiras frente ao Real, grande parte dos 18 milhões de brasileiros que viajavam para fora do País nas suas férias, acabaram por optar em conhecer o Brasil.

“Para se ter uma ideia, o País recebia uma média de seis milhões de turistas estrangeiros por ano. Ou seja, temos três vezes mais que esse número, de pessoas que saiam do Brasil para fazer turismo e muitas voltaram o seu olhar para o nacional. Por isso o turismo no Brasil retomou suas atividades de forma forte e com muito boas perspectivas”, diz Pereira.

Estado mostra crescimento mensal no turismo

O secretário do Turismo do Ceará, Arialdo de Melo Pinho, lembra que no período mais crítico da pandemia, o estado do Ceará perdeu cerca de 800 mil passageiros, tanto de voos nacionais quanto internacionais, em comparação a 2019.

Porém, aponta uma melhora significativa no setor, neste ano. “O turismo está crescendo mês a mês no estado e já projetamos ter um aumento de 6% do volume do setor, em comparação ao ano passado, no período do verão (de dezembro a fevereiro).”

Ele comenta que, além de Fortaleza, o Litoral Oeste (de Cumbuco a Jericoacora) é um dos destinos mais procurados.

“Por conta do período eleitoral e suas regras, ficamos quatro meses com restrições na divulgação do Estado e seus potenciais turísticos. Principalmente porque a base usada para a divulgação, nesse período, é a do ano anterior, quando tínhamos pandemia e não investimos tanto no setor.”

Malha aérea é uma das grandes dificuldades do setor

Tanto o secretário estadual do Turismo como o de Fortaleza destacam o preço das passagens aéreas como o grande vilão para o crescimento do turismo nacional.

“Hoje estamos com uma malha aérea impossível de se trabalhar. Temos voos 100% lotados e preços absurdos. Se queremos que os brasileiros conheçam o Brasil, isso precisa ser discutido”, diz Pereira.

Ele afirma que uma política de abertura de mercado deve ser pensada por quem assumir o Palácio do Planalto no próximo ano. “Precisamos de mais empresas atuando no mercado, ou ainda, que se pense em uma estatal, a exemplo de países europeus, para que os preços sejam competitivos e viáveis para os turistas.”

Arialdo comenta que a companhia aérea Latam lidera o mercado de voos para o estado e que a Azul vem crescendo nesse sentido de ofertas de trechos. "Porém, os preços ainda precisam se tornar mais competitivos.”

Rede hoteleira passa por período de expansão

Para o secretário de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, a cidade ainda está deficiente de empreendimentos hoteleiros de alto padrão. “Estamos com deficiência em hotéis 5 estrelas e estamos trabalhando nesta prospecção.”

Para tornar a Capital mais atrativa para os empreendimentos, a Prefeitura possui um programa de incentivos de até 95% de isenções fiscais para interessados em se instalar na Praia do Futuro.

Além disso, há também um programa de recuperação de hotéis já existentes e que possuem débitos fiscais com o município. Neste caso, a Prefeitura não cobrará os juros e multa, desde que esse valor seja utilizado em um projeto de reforma e reestruturação do empreendimento.

O presidente da Associação Brasileira de Hotéis (ABIH) no Ceará, Régis Medeiros, destaca a chegada de pelo menos dois novos hotéis na região da Praia do Futuro. Um do grupo do Crocobeach e outro que seria instalado na área do antigo Clube do Médico.

Participante da Abav Expo deste ano, que ocorreu em Recife nesta última semana, Medeiros afirma que o setor está aquecido e com boas perspectivas. Assim, ele revela um otimismo com relação à chegada de grandes redes de hotéis ao Estado.

“A pandemia e a inflação machucaram demais o setor. Donos de hotéis da região da Beira-Mar de Fortaleza, por exemplo, preferiram estancar as perdas, vendendo suas áreas supervalorizadas para a construção civil que está aquecida, mas acredito que esse momento esteja mudando e os investimentos estão voltando para o ramo hoteleiro.”

Além disso, Medeiros cita o esporte Kitesurfe, como um alavancador do mercado na Litoral Oeste.

“Antes, tínhamos como foco do turista, Fortaleza, Canoa Quebrada e Jeri. Com a pandemia, Canoa ainda precisa de um tempo para se restabelecer. Porém, outros locais vêm sendo bem procurados e estão crescendo."

Ele complementa que Cumbuco vem ressurgindo como um ponto turístico por conta do kite, assim como Preá, Flecheiras, Guajiru e Ilha de Guajiru.

"Além disso, temos Icaraí de Amontada, para onde um hotel da rede Carmel está indo. Então, estamos recuperando o fôlego”, comenta o presidente da Associação Brasileira de Hotéis no Ceará.

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Como a chegada de um empreendimento impacta uma cidade

Um exemplo de que o turismo movimenta a economia da região é quando da chegada de um empreendimento hoteleiro a um município. A chegada do Hard Rock Hotel Fortaleza, à Praia da Lagoinha, em Paraipaba, perpassa impactos também a municípios vizinhos, incluindo Fortaleza (distante 100km do local).

Segundo a prefeita de Paraipaba, Ariana Aquino, a movimentação gerada com a chegada do empreendimento influenciou todo o ecossistema local, não somente o da Praia da Lagoinha. "As comunidades vizinhas foram diretamente influenciadas, assim como todas as cadeias produtivas relacionadas aos processos que serão entregues aos futuros clientes. Desde o primeiro momento da chegada de um player de peso, como é o caso do Hard Rock, os projetos e perspectivas passaram a ser alterados, objetivando contemplar a diversidade que viria, quer seja na esfera pública ou privada, envolvendo os múltiplos agentes a eles atrelados."

O empreendimento é o primeiro dos oito resorts da rede hoteleira norte-americana, que serão inaugurados no Brasil nos próximos anos. O Ceará ainda receberá outro hotel da rede, em Jericoacora. O Hard Rock Hotel Fortaleza terá a capacidade de até 2,5 mil hóspedes por dia.

Ao todo, são 178 mil metros quadrados de área e já conta com 538 unidades hoteleiras e residenciais. São mais de 4 mil quilômetros de cabos dentro do complexo. O investimento supera R$ 600 milhões. Conforme o presidente da VCI S.A., incorporadora da marca Hard Rock no Brasil, Samuel Sicchierolli, são vários os diferenciais do complexo hoteleiro.

"Temos a própria marca, cinco restaurantes, bares, decoração temática, memorabilias do Rock originais, som subaquático nas piscinas, ou seja, o mesmo padrão mundial da marca será oferecido por aqui". A previsão para receber turistas é outubro de 2023. "Na região, conseguimos ter um projeto sem vizinhos e de frente para o mar que tem águas quentes e calmas. Bem exclusivo", finaliza Sicchierolli.

 

Índice de atividades turísticas no Brasil

Os últimos dados do IBGE divulgados, de julho de 2022, mostram que o índice de atividades turísticas no Brasil apontou expansão de 1,5% frente ao mês anterior. O Ceará, em igual período, apresenta um crescimento de 4,1%, ficando em quarto lugar, dos 12 locais pesquisados.

Na comparação com julho do ano passado, as atividades turísticas no Brasil cresceram 26,5%. Esta é a décima sexta taxa positiva seguida, sendo impulsionado, principalmente, pelo aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de restaurantes; transporte aéreo; hotéis; locação de automóveis; rodoviário coletivo de passageiros; e serviços de bufê.

Em termos regionais, todas as doze unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram avanço, sendo que o Ceará ficou em segundo lugar, com um crescimento de 38,2%, ficando atrás apenas de estados como Minas Gerais (38,7) e à frente de Santa Catarina (37,5), São Paulo (33,9), Paraná (33,9), Rio Grande do Sul (32), Espírito Santo (24,7), Goiás (23,4) e Bahia (13,4).

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