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Terceira queda de preços do querosene não impactará passagens aéreas
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Terceira queda de preços do querosene não impactará passagens aéreas

|Não chega no bolso| Desta vez a baixa para as distribuidoras vai ser de 0,84%. Companhias aéreas afirmam que reduções ainda não cobrem o aumento acumulado no ano de 2022, que segue em 47,64%
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Em alguns mercados, a queda do preço do combustível será de 5,8% e em outros, de 5,9% (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil Em alguns mercados, a queda do preço do combustível será de 5,8% e em outros, de 5,9%

A Petrobras reduziu pela terceira vez seguida os preços do querosene de aviação (QAV). Desta vez, a baixa para as distribuidoras vai ser de 0,84% e valerá a partir de 1º de outubro. Em setembro, a retração anunciada foi de 10,4% e em agosto de 2,6%.

Porém, a medida não chegará ao bolso do consumidor, já que desde 2019 os valores dos combustíveis estão duas vezes e meia maior.

De acordo com Alberto Febeliano, especialista em Transporte Aéreo, toda redução é válida, já que o combustível representa 40% do custo total das empresas.

“Assim, esse cerca de meio por cento de redução significará centenas de milhões de reais para as companhias em um ano. Porém, ainda há muitos outros fatores que mantêm as tarifas com altos valores.”

Ele comenta que a desvalorização do Real frente ao Dólar também impacta na construção do preço das passagens.

“As prestações dos aviões, por exemplo, já comprados, são fixadas em dólar. Assim, a volatilidade do câmbio influencia diretamente nos custos das empresas”, explica Alberto, lembrando que não há indícios de uma mudança neste cenário.

Como são feitos os ajustes

Atualmente, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras. Segundo a Petrobras, a metodologia mensal mitiga a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio.

Em nota, ela informa que os valores de venda dos combustíveis buscam equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.

Acumulado do setor segue em mais de 40%

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) considera positivas as reduções no preço do QAV anunciadas pela Petrobras. Apesar disso, relembra por meio de nota, que essas reduções "ainda não cobrem o aumento acumulado no ano de 2022, que segue em 47,64%".

Segundo Eduardo Sanovicz, presidente da entidade, embora positivos os anúncios não são suficientes para aliviar os custos do setor.

“Essa queda é insuficiente, assim como as anteriores. O querosene segue precificado como se viesse do exterior, triplicou de valor em três anos e isto impacta custos e preços de bilhetes de forma injusta. Defendemos a revisão desta política de precificação, a fim de podermos retomar o crescimento da aviação brasileira”, afirma.

O cenário atual ainda traz outros desafios como a cotação do dólar, que responde por mais de 50% dos custos de uma companhia, e do preço do barril de petróleo, devido à guerra na Ucrânia.

A Abear ainda ressalta que a situação de intensa volatilidade impossibilita projeção de impacto nos preços, dado que na comparação de julho de 2019 com o mesmo mês em 2022 a alta chegou a 168,7%.

Essa variação é superior à da gasolina (+50,9%), do GLP (+81,3%) e do diesel (+126%) no mesmo período, segundo os últimos dados disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Vale informar que a estatal comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras.

São estas quem transportam e comercializam o produto para as companhias aéreas e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores.

Distribuidoras e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos aeroportos e pelos serviços de abastecimento. 

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Petrobras comercializa o QAV produzido em suas refinarias apenas para as distribuidoras. São esta que comercializam o produto para as companhias aéreas e outros consumidores finais nos aeroportos

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