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Escalada da inadimplência preocupa
Economia

Escalada da inadimplência preocupa

Em Fortaleza.
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Tipo Notícia

"Não consigo pagar minhas dívidas". Esta é a realidade de 13,6% da população fortalezense. A elevação da inadimplência, pessoas que possuem contas em atraso, foi 1,6 ponto percentual em relação ao bimestre passado, de acordo com o último levantamento do Perfil de Endividamento do Consumidor de Fortaleza, da Fecomércio.

Para Davi Azim, economista e conselheiro do Corecon, esse crescimento se dá pelo fato da inflação continuar em patamares elevados. "Você tem o aumento dos custos de gastos primordiais como alimentação, transportes, e tudo isso afeta o orçamento familiar. O consumo tem sido muito mais impactado e realmente causa situação de inadimplência."

Apesar da prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentar um momento de queda, os âmbitos que atingem a população de baixa renda continuam em alta.

Os alimentos tiveram um acréscimo de 0,47% em Fortaleza e os transportes, de modo geral, caiu 1,5% em relação ao mês anterior. Porém, no acumulado do ano, quando analisa-se o setor público, muito utilizado pelos mais carentes, houve um crescimento de 4,05%.

Os reflexos resultantes dessa alta, para o economista, são severos, pois prejudicam o consumo, a poupança e também a cadeia produtiva. "Quando existe um alto índice de inadimplência, o trabalhador não consegue utilizar o mercado plenamente e isso traz um prejuízo para o fluxo normal da economia", esclarece.

Outro dado da pesquisa realizada pela Fecomércio é o fato de a maior parte dos credores (83,7%) utilizar o cartão de crédito como recurso para comprar a prazo. Segundo Davi Azim, esse método é o mais utilizado porque existe uma atração muito grande ao parcelamento. "Essa questão do cartão de crédito é realmente muito danosa, porque causa uma certa quebra no orçamento das famílias, já que, a partir do momento que você faz vários parcelamentos, pode se perder no controle das finanças", explica.

Além disso, estar inadimplente pode afetar, além do âmbito financeiro do indivíduo. "Ninguém gosta de estar devendo, ter seu nome comprometido. A dívida também tem um peso psicológico para o ser humano", relata o economista.

Com apenas 15,6% dos consumidores em condições de pagar suas contas, é importante que se tenha um planejamento. "É bom avaliar aquilo que você recebe mensalmente com as suas despesas fixas e variáveis. Também é preciso controlar os gastos com itens supérfluos, analisando o momento da sua vida e o que é realmente necessário", indica Davi Azim.

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