A quantidade de indústrias de beneficiamento da cadeia produtiva do leite sindicalizadas subiu de 13 para 25 neste ano. A expectativa do Sindicato da Indústria de Laticínios no Estado do Ceará (Sindlaticínios) é que a ampliação continue e chegue a 30 laticínios até o fim de 2022.
Neste processo, destaque para a forte interiorização da atividade. Dentre os novos laticínios ligados ao sindicato, operações nas cidades de Alto Santo, Solonópole, Jaguaribe e Tauá.
José Antunes, presidente do Sindlaticínios, destaca que a expectativa de contínua ampliação do setor segue forte para 2023. "Existe potencial muito grande para continuar crescendo".
"São muitas queijarias aptas a serem certificadas, então é preciso haver também esse trabalho, que não é fácil, pois são muitas exigências, mas creio que vamos continuar ampliando esse número", afirma Antunes.
Dentro desse processo de ampliação e legalização do mercado, Antunes destaca que é necessário desburocratizar processos. Ele conta que recentemente a cadeia produtiva precisou se adequar ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), que promoveu uma evolução em relação ao processo de certificação estadual, que era o padrão até então.
No entanto, mesmo com o SIF, muitas indústrias de beneficiamento ainda precisavam manter as certificações anteriores em alguns produtos. Na prática, a falta de padronização nas certificações gera aumento de custos, destaca o presidente do Sindilaticínios.
A revisão desse processo já é alvo de debates entre empreendedores, por meio da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) e Secretaria da Fazenda (Sefaz).
"A desburocratização desse processo de certificação dos produtos tem o poder de aumentar a produção. Também faria com que mais gente buscasse certificar seus produtos, beneficiando na ponta o consumidor", diz.
Antunes destaca ainda que, com a burocracia e custos existentes, existe uma quantidade importante de produtos sem certificação adequada chegando ao mercado, sem uma fiscalização efetiva da Secretaria da Fazenda ou da Adagri, é muito grande.
Outro pedido é por mais assistência técnica. O pleito foi um dos mais enfatizados por empresários no encontro promovido pela Faec com a governadora do Estado, Izolda Cela, nessa semana.
Os produtores rurais reclamam que a Ematerce não possui quadro técnico suficiente para atender a demanda. Antunes enfatiza que esse trabalho é extremamente necessário para que os produtos que chegam às gôndolas tenham qualidade.
"Mas a assistência técnica está deficitária. No setor de laticínios, toda minha assistência é paga, não é oficial da Ematerce. E quem quiser assistência técnica está tendo que pagar", aponta.
NEGÓCIOS
O presidente da Faec, Amílcar Silveira, falou sobre o andamento das prospecções para instalação de uma unidade industrial de beneficiamento de leite. As indústrias Da Vaca e Porto Alegre foram consultadas, mas estão em compasso de espera, aguardando resultado da eleição presidencial.
PROSPECÇÕES
Amílcar deve conversar também com representantes da Tirolez e da Piracanjuba. A Faec também já falou com o Governo do Estado tentando viabilizar a liberação de um galpão industrial, que seria trunfo para atrair os olhares dos investidores.
EMPREGOS
A Faec estima que a atração de uma indústria de beneficiamento de leite deve gerar cerca de 4 mil empregos. A ideia é fortalecer a competitividade dessa cadeia, hoje muito concentrada em uma grande indústria.