A engenheira eletricista Mariana Cavalcanti já pensava em trabalhar com energias renováveis desde a época de faculdade.
Hoje, ela é coordenadora de engenharia do Complexo Arapuá (da Kroma Energia), usina solar/fotovoltaica em fase de construção no município de Jaguaruana.
"Trabalhei como estagiária em projetos de geração distribuída (GD) e estudos de geração eólica e quando eu me formei atuei por quase quatro anos em projetos de pesquisa e desenvolvimento, que envolviam soluções de energias renováveis", lembra.
Ela conta ter observado um paradoxo em que os projetos no segmento de energia solar ao mesmo tempo em que tinham menos viabilidade financeira recebiam mais incentivos governamentais. Atualmente, Mariana observa que esses incentivos foram reduzidos, mas os custos atrelados aos projetos acompanharam essa redução.
"Gosto de ressaltar também a importância das universidades abordarem mais sobre o tema, pois a maioria dos estudantes eles não tem uma visão dos processos de uma grande usina solar. Apesar da quantidade de profissionais no setor de energia solar ter crescido bastante nos últimos anos, a grande maioria trabalha em projetos que são, de menor porte, de geração distribuída", pontua.
No que diz respeito à geração centralizada, que é o caso do Arapuá, todo o desenvolvimento é bem mais complexo, segundo ela. Pois envolve bem mais etapas e esse tipo de projeto ainda tem muito espaço para crescer.
"Além disso, no Brasil tem pouquíssimas indústrias de equipamentos desse segmento, tendo também muito espaço para crescimento", avalia a profissional.
A coordenadora cita desafios para o segmento, tais como o de interiorizar as contratações e o de ter maior participação feminina, mas vê avanços nas duas direções.
"A gente consegue ver oportunidades de profissionalizar a mão de obra local. E ela pode vir a ser utilizada em novos projetos na região em que um empreendimento é instalado", diz.
E apesar do mercado de energia ser realmente ainda predominantemente masculino, a participação feminina vem crescendo bastante.
"Cada vez mais mulheres estão se formando em engenharia. Aqui na Kroma, por exemplo, na área de desenvolvimento de projetos metade do corpo técnico já é formado por mulheres", exemplifica.