Em seis anos da adoção do Preço de Paridade de Importação (PPI), o valor dos derivados de petróleo que chega ao consumidor final foi atenuado por efeito de variáveis como a concorrência entre revendedores e mais recentemente da redução do ICMS sobre os combustíveis.
Nas refinarias, segundo revela pesquisa feita em parceria pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), contudo, o impacto da política de preços adotada pela Petrobras em 2016. Conforme o estudo, o preço do gás de cozinha (GLP) subiu 280,7% nas refinarias da companhia. Já o óleo diesel subiu 181,6% e gasolina 119,5%.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, defende que "observar os custos nacionalizados da extração e produção de petróleo e o custo do refino seria importante para formar preços no Brasil e não basear-se apenas no preço do barril no mercado internacional, na oscilação do dólar e nos custos de importação. Não faz sentido isso para um país como o Brasil, que tem petróleo suficiente e refinarias que atendem a 90% da demanda interna".
Ainda conforme Bacelar, "outros grandes produtores de petróleo e gás, como China, Rússia, Arábia Saudita e Canadá não adotam o PPI. Entre 127 países produtores de petróleo no mundo, a maioria não pratica o preço de paridade de importação. E não fazem isso porque os custos de produção do petróleo e dos derivados internamente são muito mais baixos na comparação com o mercado internacional".
"A disparada dos combustíveis impulsionou o lucro da Petrobras e, consequentemente, os dividendos a acionistas. A empresa é a que mais paga dividendos no mundo. Foram R$ 136 bilhões no primeiro semestre deste ano, equivalente a 138% do lucro líquido da companhia", lembra o dirigente da FUP.
Por outro lado, ainda conforme a pesquisa Dieese/FUP, no último trimestre deste ano, os preços da gasolina, do diesel e do GLP caíram, respectivamente, 18,8%; 12,4%; e 9,9%, nas refinarias, coincidindo com a terceira troca no comando da Petrobras em 2022.