Depois de dois meses consecutivos de queda, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, registrou alta de 0,16% em outubro. Na Região Metropolitana de Fortaleza a elevação foi mais leve, de apenas 0,09%, o que sinaliza estabilidade nos preços.
O economista Ricardo Coimbra disse que o resultado “está relacionado à mudança na tributação de combustível, energia e telecomunicações". "Essa mudança fez com que, nesses dois últimos períodos, houvesse uma influência maior da redução do preço desses itens na composição geral do índice inflacionário. Mesmo com o aumento de alguns produtos, principalmente no segmento de alimentos e bebidas nos períodos anteriores, a força da redução do preço aqueles que foram reduzidos fez com que o índice inflacionário ficasse negativo”, analisou.
Os dados foram divulgados ontem, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 11 locais abrangidos pela pesquisa, apenas Curitiba e Belo Horizonte ainda mantiveram a deflação dos preços. Os indicadores ficaram, respectivamente, em -0,24 e -0,04% no mês.
Na Grande Fortaleza, o resultado veio após deflação de 0,58% registrada em setembro. No acumulado do ano, a prévia da inflação registra alta de 4,85% e de 6,77% em 12 meses.
"Provavelmente, aqui em Fortaleza, o peso maior continua na parte de alimentação e bebida. Então, você, em função de ter necessidade de vinda maior de produtos de outros estados, acaba tendo um custo logístico maior.” diz ao analisar a situação fortalezense.
No Brasil, o resultado do IPCA-15 ficou acima da mediana (0,09%) das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que esperavam desde uma queda de 0,30% a uma alta de 0,22%.
Com o resultado agora anunciado hoje, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,80% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 6,85%. As projeções iam de avanço de 6,64% a 8,70%, com mediana de 6,78%.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE no País, apenas três registraram queda em relação ao mês imediatamente anterior: Transporte (-1,05%), Artigos de Residência ( - 0,72%), e Comunicações (-0,63%). Esse movimento reflete ainda a redução do teto do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos como gasolina, energia elétrica e serviços de internet.
Por outro lado, o cenário de alta é influenciado pela alta nos preços de vestuário (1,62%), habitação (1%) e Saúde e cuidados Pessoais (0,64%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de setembro a 13 de outubro de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de agosto a 14 de setembro de 2022 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
(Colaborou Irna Cavalcante/com Agência Estado)
Principais variações
Alimentação e bebidas - 0,04%
Habitação - 1%
Artigos de residência - (-0,72%)
Vestuário - 1,62%
Transporte - (-1,05%)
Saúde e cuidados Pessoais - 0,64%
Despesas Pessoais - 0,03%
Educação - 0,07%
Comunicação - (-0,63%)