Os dados do mercado de trabalho com carteira assinada no Ceará apresentaram o oitavo mês consecutivo de resultado positivo. Entre janeiro e setembro, foram 61.790 novas vagas abertas no Estado. No período, ocorreram 419,8 mil admissões e 358 mil demissões. Os dados são do Novo Caged, divulgados ontem pelo Governo Federal.
Somente no mês de setembro foram 12.078 vagas abertas, com destaque para o desempenho das contratações no setor de serviços. Foram 5.015 vagas abertas neste segmento no mês passado.
Além do desempenho dos serviços, todos os outros setores da economia cearense apresentaram resultados positivos no saldo de emprego formal, ainda que bem mais tímidos: A indústria gerou 2.878 vagas, sendo seguida por comércio (1.770), agropecuária (1.222) e construção civil (1.193).
Comparando com as demais unidades da Federação, o Ceará aparece como o nono estado que mais gerou empregos com carteira assinada em setembro. No que se refere ao acumulado do ano, o saldo de vagas é o 10º melhor. Neste último recorte, só perde para a Bahia (124.770 novas vagas geradas) dentre os nordestinos.
Para o presidente do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Vladyson Viana, o movimento do mercado de trabalho cearense neste processo de retomada da economia tem sido positivo.
"Considerando a sazonalidade do fim de ano e o crescimento do setor de turismo, após o período de pandemia, o Ceará consolida a geração de postos de trabalho, possibilitando aos trabalhadores cearenses a esperança em dias melhores, com mais oportunidades", afirma.
Do ponto de vista da oferta de vagas formais, o IDT/SINE está ofertando, em toda a rede, diariamente, mais de 1,5 mil vagas de emprego abertas, enfatiza Vladyson.
Na avaliação do economista membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Davi Azim Filho, atravessamos um ambiente econômico em que há uma perspectiva de crescimento positiva, com cenário de queda da carga tributária, como ocorreu com os impostos sobre os combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, além da taxa de câmbio favorável para exportações.
Por isso, se torna ele entende que os empresários observam esse como um momento positivo para os negócios, daí promovem a abertura de novas vagas de trabalho. A consolidação do processo de retomada da economia, principalmente com o retorno do turismo pós-vacinação, beneficiou o Ceará.
“No Ceará, temos uma vocação imensa para o setor de serviços, que a partir do turismo tem apresentado resultados com maior robustez de crescimento", observa.
JOVENS
A falta de experiência tem agravado o desemprego dos mais jovens. A faixa de pessoas com idade entre 18 e 24 anos tem nível de desocupação que chega a 19,3%, enquanto o índice geral é de 8,9%.
RETOMADA
A taxa de desemprego do Brasil alcançou 14% durante a pandemia (março de 2021), e, apesar de haver uma queda do desemprego pós-pandemia, o índice de pessoas sem ocupação no Brasil faz com que o país ocupe o 5º lugar com a maior taxa em um ranking de 40 países, segundo a agência de classificação de risco Austin Rating.