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Uma das mais novas patentes cearenses vem do Jucá
Economia

Uma das mais novas patentes cearenses vem do Jucá

Uece. Fitoterápico
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pomada cicatrizante é feita com substrato de casca de árvore (Foto: Divulgação/Uece)
Foto: Divulgação/Uece pomada cicatrizante é feita com substrato de casca de árvore

O meio acadêmico, sem sombra de dúvidas, é uma grande fonte de invenção que tem como resultado produtos e processos que podem ser patenteados. No último mês de outubro, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) obteve a aprovação de sua segunda carta-patente.

O documento visa à proteção nacional da invenção do "processo de obtenção de um extrato enriquecido polissacarídico de caesalpinia ferrea, formulação tópica à base de extratos enriquecido de polissacarídeos de caesalpinia ferrea (conhecida popularmente como Pau-ferro ou Jucá), uso e processo para obtenção da mesma". 

A nova formulação à base de produto fitoterápico serve para o tratamento de lesões dermatológicas, preferencialmente na forma de pomada. O produto, portanto, insere-se no ramo farmacêutico. A invenção é das professoras Ana Maria Sampaio Assreuy, Maria Gonçalves Pereira, Said Gonçalves da Cruz Fonseca e Lívia de Paulo Pereira.

Conforme uma das inventoras da pomada, a professora Maria Pereira, o maior desafio desse processo foi, justamente, mudar o formato de produção final de um trabalho acadêmico de conclusão de curso de pós-graduação, mais voltado para a escrita de um artigo e a sua publicação em uma revista científica, para a escrita e providências de documentação de uma patente.

Ela lembra que todo o trabalho teve duração de cinco anos e que, por muitas vezes, o grupo pensou em desistir. "Sinto que há uma certa desmotivação por parte de nós, acadêmicos, para focarmos desde o início em pesquisas que visem um produto patenteável. Além disso, todo o processo de organização de documentos, demora na tramitação, custos, impactam negativamente. Porém, recebemos muito apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/Uece), que positivamente nos ajudou e encorajou para darmos continuidade e não desistirmos do processo."

A professora inventora destaca que todo o processo de obtenção de patente poderia ser mais difundido e desburocratizado para se ter "respostas mais rápidas e a disponibilização de produtos para que as empresas interessadas pudessem investir, trazendo benefícios e retorno para as instituições detentoras da patente".

Maria comenta ainda que o grupo não irá parar apenas nessa patente e que já há outros estudos com dados promissores. "Estamos na fase de estudo para desenvolver o melhor tipo de formulação e depois iniciarmos os testes pré-clínicos em animais. Pelos resultados que já obtivemos com o material extraído de uma outra planta, temos bastante chance de obtermos uma nova formulação patenteável."

Hoje, a UECE tem 99 patentes protegidas. Essas tecnologias são de diversas áreas.Conforme destaca a coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/Uece), doutora Denise Carvalho,o maior desafio no processo de busca por uma patente é não desanimar com as burocracias e acreditar no potencial da pesquisa.

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