O presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), José Gomes da Costa, antecipou ontem que a instituição obteve um lucro líquido de R$ 1,3 bilhão no 3º trimestre deste ano, em reunião com empresários cearenses.
Na ocasião, o superintendente do BNB no Ceará, Lívio Tonyatt projetou a contratação de R$ 5,2 bilhões em 2023, somente de recursos oriundos do Fundo Constitucional de Financiamento de Nordeste (FNE). Nos primeiros 11 meses deste ano, o crescimento em valores contratados via FNE no Estado foi de 32%, chegando a R$ 4,2 bilhões. Somando outras fontes de financiamento, as contratações feitas juntas ao banco totalizaram R$ 7,2 bilhões em 2022.
Segundo os gestores do banco, os segmentos de comércio e serviços foram os que mais cresceram em volume contratado, com alta de 46%, na comparação entre janeiro e novembro deste ano com período equivalente do ano passado, com operações totalizando R$ 1,2 bilhão nessas duas áreas. A pecuária veio em seguida, com crescimento de 24% no período, e volume contratado de aproximadamente R$ 620 milhões.
José Gomes da Costa destacou que entre as razões para essa expansão está a força do microcrédito no estado, que concentra pouco mais de 45% do número de clientes do BNB. “Há uma forte atuação do banco nos segmentos de pequeno porte. O microcrédito no Ceará desponta como o maior. Entre todas as fontes de recursos que a gente tem no Estado, o microcrédito responde por mais de um terço do total”, explica.
Ele acrescenta que o microcrédito é a principal fonte de recursos para os empreendedores informais. “Nos formais, há uma atuação muito forte dos setores de comércio e serviços. O banco está muito atento na capacidade que esses segmentos têm de gerar emprego e renda, buscando retribuir para a retomada do crescimento da economia no Ceará, no Nordeste e no Brasil”, ressalta o presidente do BNB.
O executivo também elencou algumas das prioridades do banco em termos de financiamento para 2023 no Ceará. “No caso específico do Estado, a gente pode adiantar que foi verificada a necessidade de dotar a infraestrutura de logística, saneamento e de energias renováveis para que as cadeias prioritárias possam crescer em uma velocidade maior”, disse, citando inclusive a cadeia do hidrogênio verde.
Nesse sentido, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, citou a importância de se discutir novas linhas de crédito voltadas especificamente para essas novas tecnologias e que as empresas que investem em sustentabilidade tenham taxas de juros diferenciadas.