O conceito de pobreza monetária abordado na pesquisa refere-se unicamente à insuficiência de rendimentos das famílias para provisão de seu bem-estar. Ou seja, sequer considera outras dimensões importantes para a conceituação de pobreza, tais como acesso à moradia adequada, ensino básico de qualidade, proteção social, entre outras.
No recorte regional, Nordeste (48,7%) e Norte (44,9%) tinham as maiores proporções de pessoas pobres na sua população. No Sudeste e também no Centro-Oeste, 20,6% (ou um em cada cinco habitantes) estavam abaixo da linha de pobreza. O menor percentual foi registrado no Sul: 14,2%.
O rendimento médio da população, em 2021, chegou a R$ 899 no Ceará. São R$ 169 a menos do que a média de 2020, de R$ 1.068, que foi turbinada pelo pagamento do auxílio emergencial - e quase 66,44 % do valor da renda média brasileira (R$ 1.533). Na série histórica, só ganha do patamar de 2012 (R$ 884).
O levantamento feito pelo IBGE mostrou também que a desigualdade de renda tem cor. No ano passado, enquanto pretos tinham um rendimento médio per capita de R$ 776, a média entre as pessoas brancas era de R$ 1.161 no Ceará.
Na comparação com 2020, o rendimento médio domiciliar per capita recuou 15,8% em 2021, com queda maior nos rendimentos das pessoas brancas (28,6%), do que entre as pessoas de cor ou raça preta ou parda (8,9%).
Considerando o período 2019-2021, a redução dos rendimentos médios das pessoas brancas (25,9%) foi superior à queda observada entre as pessoas de cor ou raça preta ou parda (3,4%).
“Uma possível explicação pode estar relacionada ao fato dos rendimentos das pessoas de cor ou raça preta ou parda serem próximos ao salário mínimo nacional e pela maior proporção daqueles que se encontravam aptos ao recebimento do Auxílio Emergencial do que as pessoas brancas”, informa o IBGE.