O primeiro documento que atesta a origem da produção do hidrogênio a partir de fontes de baixa emissão de carbono foi lançado na manhã de ontem, em evento on-line, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Participaram do evento o líder das atividades de hidrogênio no Banco Mundial, Dolf Gelen, e o gerente de Análise e Informações ao Mercado na CCEE, Ricardo Gedra. Ambos deram detalhes da importância da certificação e como ela vai ser aplicada.
O chamado Certificado de Hidrogênio é tido como primeiro passo para a regulamentação do setor e deve ser definitivo para o hidrogênio verde (H2V). O documento atende a demanda de projetos que estão em fase piloto no Brasil e é resultado de uma parceria com instituições do setor e mais de 200 empresas privadas.
A certificação de hidrogênio busca atender a requisitos nacionais e internacionais e tem como objetivo comprovar a origem e rastrear os atributos ambientais do produto. A versão inicial foi desenvolvida à partir das últimas definições do padrão europeu estabelecido na Diretiva de Energia Renovável.
De início, será certificada a produção do hidrogênio e, futuramente, a ideia é expandir para produtos derivados, como a amônia, sem atingir a competência seguinte. A rota de produção da versão inicial será pela eletrólise, mas com pretensão de que no futuro envolva biogás, biomassa e os hidrogênios azul e turquesa.
O presidente do conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri, explicou que a certificação é fundamental para motivar a confiança dos investidores para o hidrogênio, considerado o combustível da transição energética.
"A CCEE está se colocando como uma certificadora porque nenhuma outra tem o registro de todos os contratos como a gente tem. Para ter a certificação tem que passar por todos os nossos requisitos, de produção e consumo. Se não tiver registrado aqui, não terá acesso a certificação a nível nacional e internacional", disse.
O líder das atividades de hidrogênio no Banco Mundial, Dolf Gelen, relatou que muitos países estão desenvolvendo suas estratégias de sustentabilidade, e que a certificação vai ser um importante passo para mapear agentes de baixo carbono: "Precisamos ter certeza de que a energia que seja consumida tanto da parte hídrica quanto da eletrólise seja renovável", completou.
Hoje, a produção de hidrogênio é de 100 milhões de toneladas por ano, sendo que 98% da produção vem direto de combustíveis fósseis. apenas 1% é advindo do hidrogênio azul e o outro 1% restante é corresponde ao H2 verde.
Para o gerente de Análise e Informações ao Mercado da CCEE, Ricardo Gedra, o Brasil tem uma vantagem competitiva enorme devido à diversidade de fontes a nosso favor, que é incomparável com qualquer outro país.
"Esta característica pode nos garantir preços muito mais competitivos no mercado global. De forma geral, todos nós temos uma jornada pela frente, de desenvolvimento tecnológico e de busca por alternativas que sejam economicamente viáveis, para que o processo produtivo tenha o menor custo possível", analisou.
No site da CCEE, na aba documentos, já é possível encontrar o manual de adesão com todas as informações sobre a certificação de hidrogênio.
Manual
No site da CCEE, na aba documentos, já é possível encontrar o manual de adesão com todas as informações sobre a certificação de hidrogênio