Empresas cearenses estão na mira dos investimentos da bilionária gestora de fundo private equity EB Capital. Os sócios Pedro Parente e Eduardo Melzer estiveram em Fortaleza conversando com empresários locais de segmentos diversos. Os empreendedores buscam oportunidades de adquirir capital social de empresas fora do mercado financeiro.
Eduardo Melzer, sócio da EB Capital, afirma que o objetivo principal dos investimentos da gestora é encontrar ativos que aliem alta possibilidade de desenvolvimento e lucro, preenchendo lacunas, gargalos na economia, infraestrutura ou na área social para o desenvolvimento do País.
"Investimos na economia real, ou seja, participando de empreendimentos vencedores no País. No Nordeste, estamos estabelecendo uma participação mais efetiva e íntima. O Ceará é muito importante neste projeto e viemos mostrar nosso compromisso com a Região, em forma de associações com empresas locais, compartilhamento de oportunidades de investimentos com empreendedores locais", complementa.
No que refere a empresas locais, em outubro passado, a EB Capital realizou aporte de R$ 2 bilhões em acordo com a Colibri Capital, dos empresários cearenses Edson Queiroz Neto e Patrícia Queiroz, para adquirir metade da E1 Energia e desenvolver projetos solar fotovoltáico. A meta da E1 é alcançar 300 MW pico, com faturamento previsto de R$ 350 milhões nos próximos três anos.
Iniciativa mais antiga, que marcou a entrada da EB Capital no Estado foi a partir da compra de duas empresas provedoras de internet. Em 2020, adquiriu o controle da Mob Telecom (fundada por Salim Bayde) e no ano seguinte fez outro investimento para assumir o controle da Wirelink (fundada por Adriano Marques).
As aquisições permitiram a formação da holding Alloha, hoje a maior rede independente de fibra óptica do Brasil. A Alloha foi formada por uma série de compras de operadores locais e regionais nos últimos anos, com investimento de mais de R$ 2 bilhões.
Eduardo acrescenta que a empresa tenta fugir da concentração de projetos no Centro Sul e explorar oportunidades na economia real, destacando a abertura para novas parcerias.
Para outro sócio da EB Capital, Pedro Parente, a retomada da aproximação com o Nordeste, com a parceria com a Colibri Capital, em 2022, permite a entrada da gestora num novo mercado, de infraestrutura renovável, setor no qual observam grandes possibilidades para os próximos anos, inclusive em relação ao hidrogênio verde (H2V).
Pedro ainda pontua que o início de parceria com algum empresário cearense não significaria limitar o investimento ao Estado, mas servir de propulsão para a nacionalização do negócio.
"Tivemos várias conversas com os empresários e é bacana de ver o dinamismo empresarial, pessoas que não se preocupam em ficar falando somente do curto prazo, mas estão focados nos potenciais nacionais e em trabalhar”, ressalta.