Praticamente metade das cidades litorâneas cearenses possuem redes de hotelaria bem desenvolvidas que faturam mais de R$ 1 milhão. Nove de 19 municípios superam essa marca. Nos demais o patamar de faturamento supera R$ 10 mil.
Os dados fazem parte do mapeamento produzido para a Plataforma Estadual de Dados Espaciais Ambientais (Pedea), do Governo do Ceará, e revelam a realidade da economia no litoral cearense, com informações sobre temas diversos, como hotelaria, negócios imobiliários, restaurantes e produção de pescados.
O secretário do Turismo do Ceará (Setur), Arialdo Pinho, destaca que o processo de fortalecimento da infraestrutura turística do Estado tem se intensificado bastante nos últimos anos. E, esse movimento tem sido mais acelerado nas cidades próximas aos aeroportos regionais, como o de Jericoacoara e de Canoa Quebrada.
O Aeroporto de Jericoacoara é um exemplo notório, pois deve fechar o ano movimentando mais de 300 mil passageiros. No próximo ano deve chegar a 500 mil, projeta a Setur.
"O maior fator para fortalecer os destinos é a acessibilidade. Nós fizemos muitas estradas, mas a maior acessibilidade é proporcionada pelo avião. E o fortalecimento desses destinos deve continuar", comenta.
O secretário ainda pontua que novos negócios devem florescer em municípios como Camocim, assim como novas ofertas de hotelaria em Caucaia, Fortim e em Amontada, exemplifica. "São cerca de 80 novos negócios de hotéis e pousadas sendo feitos de bom padrão na orla".
Outros segmentos também estão fortalecidos com esse avanço do turismo no litoral, como é o caso dos restaurantes, com os municípios de Fortaleza e Jijoca de Jericoacoara com rede com faturamento superior a R$ 100 milhões, além de Aracati, Aquiraz, Eusébio e Caucaia, que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 100 milhões.
Titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno enfatiza a riqueza de dados disponíveis. “Essa plataforma é importante, porque nós temos hoje 294 categorias de informações. Só do mar, temos 152 categorias de informações. Em qualquer lugar do mundo as pessoas vão ver e conhecer o meio ambiente do Ceará. É algo que vai continuar, porque essa plataforma vai continuar evoluindo, tendo mais dados, ela é dinâmica”, afirma.
A plataforma foi desenvolvida pelo programa Cientista Chefe, da Funcap, em parceria com a Sema, Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC). O produto une o meio acadêmico e a gestão pública.
Por meio do programa, equipes de pesquisadores estão trabalhando nas secretarias e órgãos mais estratégicos do governo estadual para identificar soluções de ciência, tecnologia e inovação que possam ser implantadas para melhorar os serviços e, desta forma, dar mais qualidade de vida à população.
Renan Guerra, pesquisador do programa Cientista Chefe Meio Ambiente (Sema, Semace, Funcap) e coordenador da Pedea, pontua que os dados serão atualizados mensalmente.
"A plataforma surge de concepção realizada em 2020 para organizar e padronizar sua base cartográfica, geoinformação, que antes ficavam no âmbito interno, sem divulgação. A plataforma redemocratiza o acesso e mostra o trabalho feito pelas secretarias", acrescenta.
Pedea
A Pedea centraliza e integra as informações sobre a proteção ambiental do Estado do Ceará. A plataforma pode ser acessada em: https://pedea.sema.ce.gov.br/portal/