Vai ficar para o governador eleito Elmano de Freitas (PT) negociar o reajuste dos servidores estaduais. Assim, a categoria dos profissionais de educação, por exemplo, já tem data e hora para apresentar as reivindicações: será na próxima segunda-feira, 2, às 15 horas.
A declaração de que o governo atual não tratou da negociação com os servidores nestes últimos meses foi dada pela própria governadora Izolda Cela (sem partido), que assume em 2023 como secretária executiva do Ministério da Educação (MEC) no novo governo do presidente Lula (PT), em entrevista dada em visita à rádio O POVO CBN e ao O POVO.
Izolda explicou que não deixou nada de negociação feita com os servidores, porque "é o governador, com as projeções feitas para o orçamento de 2023, que darão as bases necessárias para essa negociação".
Ela afirma que seria muito bom poder tratar da recuperação salarial, mas que é necessário lembrar que isso sai dos cofres diretos do Estado, sem que se possa captar recursos externos, como é feito com obras de infraestrutura, por exemplo.
"Por isso, isso só pode ser feito com responsabilidade. As pessoas não dimensionam, inclusive, a fonte de recurso que sustenta o pagamento de pessoal e que, portanto, sustenta uma elevação de remuneração."
Sobre o tema, o Sindicato dos Servidores Públicos lotados nas Secretarias de Educação e de Cultura do Estado do Ceará e nas Secretarias ou Departamentos de Educação e/ou Cultura dos Municípios do Ceará (Apeoc) afirma que o principal pedido da categoria é o reajuste de 14,95% para toda a carreira do magistério, com retroatividade.
Segundo Anísio Melo, presidente da entidade e coordenador da Frente Norte e Nordeste em Defesa da Educação, são dezenas as pautas que serão apresentadas.
“Esperamos iniciar um processo de negociação, onde a mesa composta pelo governo e sindicatos possa se debruçar sobre as reivindicações e, dentro de uma linha responsável, mas nunca de omissão do sindicato, fazer as cobranças para um governo que se coloca na perspectiva de continuidade do governo Camilo e Izolda, e que nesta perspectiva, queremos apoiar.”
Já a presidente da Associação dos Servidores da Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Asseec), Rita de Cássia Gomes de Araújo, conhecida como Ritinha Bacana, ressalta que os servidores possuem perdas que, acumuladas, somariam 36% de defasagem salarial.
"A governadora não tratar do reajuste é uma falta de respeito com o serviço público. A governadora Izolda sequer chamou o Fórum Unificado das Associações do Sindicato para ter uma negociação. Fizemos nove dias, na porta do Palácio da Abolição, pernoitamos na calçada e a professora Izolda nem teve aquele respeito de chamar e negociar."
Ritinha ainda revela que o servidor público está preocupado com a reforma administrativa que pode ser feita, sem que a categoria seja chamada para apresentar as modificações e para que se possa fazer proposições para somar.