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Impasse com consórcio impede avanço da Linha Leste do Metrofor
Economia

Impasse com consórcio impede avanço da Linha Leste do Metrofor

| Metrô | Secretário Lúcio Gomes (Infraestrutura) contesta pedido de reajuste do contrato em R$ 160 milhões pelo consórcio FTS e recomenda rescisão do contrato pelo novo governo estadual
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AS OBRAS do metrô de Fortaleza começaram em 2013 (Foto: JULIO CAESAR)
Foto: JULIO CAESAR AS OBRAS do metrô de Fortaleza começaram em 2013

A Linha Leste do Metrô de Fortaleza (Metrofor) será o primeiro grande imbróglio a ser solucionado pelo governador Elmano de Freitas (PT). Uma das mais antigas em curso no Estado, a obra, segundo informou o secretário Lúcio Gomes (Infraestrutura), "mantém pouquíssima gente trabalhando" e o consórcio FTS pede um equilíbrio econômico-financeiro no repasse da ordem de R$ 160 milhões, o que o motivou a aconselhar o fim do contrato da empresa com o Estado.

"Hoje, nós temos no empreendimento todo cerca de 25% executado. Infelizmente, de uns meses para cá, o consórcio construtor diminuiu drasticamente o ritmo da obra e o governo que está entrando vai ter que tomar uma decisão se continua com esse contrato ou se realiza uma nova licitação", afirmou em entrevista ao O POVO.

Gomes afirmou que mantém R$ 1,6 bilhão em estoque para concluir a obra e se assegurou que não há respaldo legal para o pedido de reajuste do consórcio em consultas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Contas da União (TCU) e na Procuradoria Geral do Estado (PGE), além de pesquisa em outras secretarias do País.

A cobrança existe há cerca de um ano. Em agosto de 2022, a Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) negociou a ampliação do prazo de conclusão da Linha Leste do Metrofor em mais um ano - ficando para 2024. A justificativa era o impacto da pandemia sobre o consórcio FTS.

"Então, na minha opinião, esse contrato deve ser rescindido e o novo Governo do Estado, agora com uma nova relação com o Governo Federal e os órgãos financiadores, retome essa obra em outras condições", afirmou Lúcio Gomes.

Obras

O secretário conta que o consórcio FTS mantém apenas a vigilância dos canteiros de obra, sem atividade de construção. Ele conta ainda que soube de cortes de pessoal sob a alegação de falta de pagamento.

As informações obtidas pela pasta motivaram o pedido de bloqueio do acesso às tuneladoras, conhecidas também como tatuzões. O equipamento é de propriedade do Estado e estava sendo operado pela empresa para a abertura dos túneis.

"Retiramos do contrato original a escavação dos túneis, que é o que mais chama atenção da população, mas que financeiramente representa entre 20% e 25% do máximo de todo o empreendimento", acrescentou, afirmando que a decisão tem amparo do artigo 65 da Lei 866.

O consórcio, no entanto, conseguiu uma liminar e a questão segue em impasse na Justiça.

Hoje, de acordo com ele, o Estado mantém um tatuzão na calçada da Catedral da Sé e outro mais adiante, no Paço Municipal de Fortaleza. Ambos os equipamentos estão a 34 metros de profundidade.

 

Entenda a Linha Leste

Planejado há décadas, o Metrô de Fortaleza teve o principal impulso com a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil.

No entanto, as obras só tiveram início em 2013. O projeto ainda foi fatiado e ainda sofreu mudanças ao longo dos anos. A Linha Sul foi concluída, assim como a Oeste foi revitalizada, após a troca dos consórcios - do primeiro, Cetenco-Acciona, para o atual, FTS.

Atualmente, a proposta do Governo do Ceará é que a Linha Leste do Metrô de Fortaleza tenha 7,3 quilômetros de extensão, entre o Centro de Fortaleza até o Papicu, em percurso de 15 minutos. Ao todo, serão cinco estações, sendo uma de superfície (Tirol-Moura Brasil) e quatro subterrâneas (Chico da Silva Leste, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu).

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