Todos os números, em diferentes aspectos do setor, segundo o presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias, mostram que "o ano de 2022 foi excelente".
"É bem verdade que, por não conseguirmos enxergar exatamente como vai ser, estamos numa turbulência da macroeconomia, mas estamos esperançosos. Acreditamos que o novo governo, assim como na primeira gestão deles, sabe da importância do setor da construção civil, que é o primeiro a gerar emprego e que é a mola propulsora da economia. Então, a gente acredita que 2023 será um ano muito bom."
Quando se olha o nicho da construção civil para o mercado de trabalho no Estado, só neste ano foram gerados 9.802 novos empregos no setor, conforme o Novo Caged, que apresentou números consolidados até o mês de novembro. Ao todo, 77.047 pessoas trabalharam formalmente neste período.
Para se ter uma ideia do crescimento, estes 11 meses apontados de 2022 já foram superiores, em empregabilidade, aos 12 meses de 2021, quando o número de pessoas empregadas na construção foi de 67.245.
Só em Fortaleza, são 49.017 pessoas empregadas no setor e 6.837 que ingressaram em novas vagas de trabalho neste ano. Além disso, em 2022, o segmento subiu duas posições no que diz respeito à empregabilidade, ficando em segundo lugar no ranking do Ceará, à frente do comércio e atrás de serviços, que é o grande empregador.
Além do emprego, o mercado da construção pode ser avaliado pelo volume de financiamentos. Até novembro, no Estado do Ceará, 11.327 imóveis haviam sido financiados, chegando a soma de quase R$ 2,77 bilhões.
Os números, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), contabilizam apenas as contratações feitas com recurso da poupança. Portanto, não englobam financiamentos no âmbito do Programa Casa Verde e Amarela (CVA).
A taxa do mercado imobiliário é baseada na Taxa Selic, definida no dia 7 de dezembro de 2022 pelo Copom, por 13,75% ao ano. Já o Banco Central aponta que a média da taxa de juros do financiamento imobiliário para pessoa física, em 2022, foi de 9,86%.
Conforme o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Sinapi/IBGE), referente a novembro de 2022, o custo médio do metro quadrado é de R$ 1.547,46. A variação no ano foi de 10,9%.
Sobre este aspecto, Patriolino reforça que é importante ressaltar que hoje a taxa de juros está alta, mas acredita que após o novo governo iniciar e colocar todos os ministros, colocar, exatamente, o que vão fazer, a Taxa Selic deve baixar e as coisas devem voltar ao normal.
Especificamente sobre o mercado imobiliário, ele diz que no País ainda se têm taxas muito atrativas de financiamento.
"O sistema financeiro da habitação tem como funding a poupança (ou seja, instituições financeiras usam cerca de 65% do dinheiro investido pelos seus correntistas em poupança como crédito imobiliário). Então, se consegue financiar um imóvel com uma TR (Taxa referencial) de 9% ao ano, que é menor do que a Selic por exemplo, em contratos de 30, 35 anos."