Para entender melhor o cenário atual e as perspectivas do mercado para 2023, o presidente do Sinduscon-CE voltou aos anos de 2012 a 2015, quando o "mercado estava bombando e foram feitos muitos lançamentos".
Ele lembra que por conta da crise de 2015, e da criação da Lei dos Distratos, que muitas pessoas acabaram desfazendo negócios e as empresas ficaram com grandes estoques. Isso fez com que até o final de 2019 poucos lançamentos de imóveis tenham sido feitos.
"Com a Selic a 4% ao ano e tendo conseguido trabalhar os estoques neste período, algumas construtoras, no final de 2019, ensaiaram os lançamentos e foi um sucesso. Então, o nosso ano da retomada seria 2020. Porém, veio a pandemia. E ela segurou, novamente, os lançamentos."
Então, com esse grande período sem lançamentos, o que ocorreu foi um crescimento dos preços dos imóveis, e uma valorização. "As construtoras não lançaram tanto quanto se lançava na década passada e isso criou, inclusive, um déficit habitacional alto."
Um dos fatores determinantes para o mercado da construção civil se preocupar, em 2023, é a incerteza que traz a guerra da Ucrânia, porque pressiona um pouco o preço dos insumos. "Estamos com instabilidade no preço dos insumos. O ideal é que a gente volte ao normal para que eles possam ceder um pouco, já que tudo é baseado em preços mundiais", pondera Patriolino, ressaltando que são os principais atores nesse processo o aço e o cimento.
No começo de 2021, ele lembra que a pressão no custo estava no preço do tijolo, mas este "já arrefeceu". O aço também estava alto e já deu uma leve queda de preço. "Ainda com patamares altos, mas a gente acredita que as coisas tendem a se normalizar."