Logo O POVO+
Número de cearenses na Bolsa sobe quase 50% em 2022
Economia

Número de cearenses na Bolsa sobe quase 50% em 2022

| BOLSA | Segundo relatório da B3, a quantidade de investidores pessoa física subiu de 79,8 mil para 118,7 mil até novembro. Total investido caiu de R$ 9,67 bilhões para R$ 7,27 bilhões
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Volatilidade não afastou interessados (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Volatilidade não afastou interessados

A quantidade de investidores cearenses pessoa física (PF) deu salto de 48,69% de janeiro a novembro em relação ao fechamento de 2021. Segundo dados da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o número de investidores saltou de 79,8 mil para 118,7 mil.

É notável o avanço do interesse do cearense pelo mercado de renda variável. Há muitos anos havia uma tendência de crescimento, mas, a partir de 2018, os patamares de procura subiram bastante.

Naquele ano, eram 11,3 mil investidores, com um total de R$ 1,58 bilhão em investimentos. Já no ano seguinte, em 2019, a quantidade de investidores subiu para 30,1 mil, e em 2020 foi a 62,7 mil. O total investido também subiu e alcançou o pico anual de R$ 9,67 bilhões, em 2021.

Thomaz Bianchi, chefe da Mesa de Renda Variável da M7 Investimentos, destaca que, entre 2018 e 2022, houve aumento superior a 700% na quantidade de investidores nordestinos. Isso alça o Nordeste ao segundo maior crescimento regional, atrás somente do Norte. Mas obtém a liderança quando olhamos os números absolutos.

Ele ainda pontua que tivemos uma estabilidade na quantidade de investidores em renda variável no último trimestre em termos de quantidade, mas em termos de quantidade de investidores PF ativos no Ceará, só ficamos atrás da Bahia no Nordeste.

Thomaz ainda ressalta que, nesses últimos meses, os investidores têm aderido à renda variável, mas não somente Bolsa ou ações. "Cabe destacar que há uma reestruturação do perfil de investidores, há uma presença feminina muito grande nesses últimos anos, o que mostra o interesse, não só na Bolsa, mas em diversos ativos".

A maior adesão de investidores ao mesmo tempo em que o valor aportado cai, está ligado a dois fatores preponderantes. Relatório feito pela B3, no fechamento do 3º trimestre, aponta que 31% das 106 mil pessoas que estrearam na renda variável neste período começaram com aportes de até R$ 40 e, outros 29%, entre R$ 40 e R$ 200.

Outro ponto importante é o cenário macroeconômico e a maior consciência dos investidores quanto à diversificação dos ativos. Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa da B3, ressalta que a alta da Selic tem potencializado os investimentos em renda fixa.

Tipo de aporte mais amenos em relação à volatilidade, a renda fixa apresentou alta adesão de investidores, subindo de 9,6 milhões para 12,6 milhões em um ano, enquanto a quantidade de PF na renda variável subiu de 3,3 milhões para 4,6 milhões.

“O estudo mostrou, mais uma vez, que os investidores têm alocado seu dinheiro em diferentes classes de produtos, como renda fixa, ações, Tesouro Direto e fundos, como Fiagros, além de possuírem uma carteira de ações com um número maior de ativos. A diversificação é uma aliada de pessoas cada vez mais atentas ao movimento de “sobe e desce” do mercado financeiro", afirma.

Felipe Paiva é um dos diretores na B3 e fala sobre investimentos financeiros.
Foto: Divulgação
Felipe Paiva é um dos diretores na B3 e fala sobre investimentos financeiros.

Nesse cenário, em que há maior diversificação, é notável a queda do saldo mediano aportado por investidor PF em renda variável. Segundo a B3, em 2011, o investidor possuía, em média, R$ 13 mil em aportes.

Esse patamar se manteve estável nos anos seguintes, mas passou a cair fortemente desde 2018. Até que, em 2020 caiu para R$ 10 mil, no ano seguinte regrediu para R$ 8 mil e, entre janeiro e novembro deste ano, está em R$ 2 mil.

Sobre as perspectivas para renda variável em 2023, o professor de Finanças do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead-UFRJ), Carlos Heitor Campani, comenta que há incerteza no mercado que tende a gerar volatilidade.

Campani diz que é preciso estratégia e parcimônia para decidir o momento certo de comprar ou vender em meio à instabilidade. "Quem está comprando acredita que é uma boa oportunidade por conta dos preços baixos que nossas ações estão negociando na Bolsa, então, toda a crise gera uma oportunidade. A grande questão é saber quando é o momento de comprar".

Mais notícias de Economia

Ativos

Número de contas ao observar todos os tipos de investimento no País soma 136,19 milhões, enquanto no Nordeste são 23,81 milhões

O que você achou desse conteúdo?