Os empresários do setor de energia solar comemoraram o crescimento nas vendas de painéis fotovoltaicos em 2022, que dispararam por conta do temor dos consumidores passarem a pagar tarifas adicionais a partir deste ano. Para se ter uma ideia, somente no Ceará o número de novas unidades de geração distribuída (GD) conectadas no ano passado foi 60% maior que o verificado em 2021.
O POVO ouviu dois CEOs do segmento, que divergiram, contudo, na expectativa sobre uma eventual prorrogação do prazo de isenção da Tusd fio B. Para Maurício Crivelin, da Kinsol, por exemplo, "agora em 2023 não acreditamos mais que essa PL possa ser votada. As chances são mínimas. Acredito menos de 1%. O quanto isso representa para o cliente? Vai impactar entre seis meses e um ano, em média, o payback (retorno do investimento) do cliente".
Já Marcelo Freitas, da Prospera, é mais otimista quanto à possibilidade de uma prorrogação no período de isenção para a GD. "As associações e as entidades do setor já estão se movimentando basicamente junto ao governo eleito para que esse tema seja votado o mais brevemente possível, assim que os senadores voltarem do recesso para que os usuários tenham esse benefício postergado por mais seis meses", argumenta.
Ambos convergem na visão sobre o crescimento do mercado, independentemente da cobrança ou não da tarifa. "O setor ele vem se regulando automaticamente e crescendo substancialmente com a participação de grandes empresas, de entidades e profissionais especializados e, inclusive, de bancos e fomento", diz Freitas.
Já Crivelin lembra que "2022 foi um ano realmente espetacular para nós. Dobramos o faturamento da rede e ultrapassamos o que era previsto no nosso planejamento. Em 2023, as vendas vão continuar aceleradas, principalmente no primeiro semestre".