No Pátio Barão de Aquiraz, na Paupina, dos três comércios abertos no dia de visita do O POVO, numa terça-feira, dois, Meu Chefe e Meu Império, pertencem ao mesmo grupo familiar. Eleni Braga Salviano, 44 anos, que trabalha como doceira e dona do Meu Império há nove anos, tinha outra profissão antes de abrir seu sonho.
Hoje, a filha de Eleni já trabalha com ela, cuidando da parte de pedidos e entregas. Enquanto ela se dedica à fabricação diária de doces. A doceira tira seu sustento de seu comércio no Pátio Barão de Aquiraz, na Paupina, com um faturamento mensal na margem de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Mas é o atendimento próximo com os clientes que a realiza. "É o que gosto de fazer", diz.
Apesar de ser um processo novo para esses comerciantes, no caso de Eleni, ela conseguiu seus primeiros incentivos monetários recentemente, por meio do Ceará Credi. O programa de microcrédito do Governo do Estado também não dispõe de dados específicos sobre os ambulantes de alimentação que tomaram empréstimo, apesar de possuírem crédito para capital de giro entre R$ 300 e R$ 5 mil para este segmento.
Quem também atua no mesmo local é o genro de Eleni e dono da hamburgueria artesanal Meu Chefe, que encontrou seu amor pela cozinha na Bahia. Matheus Cheade, 25 anos, administrador das quatro negócios no Ceará, começou a empresa familiar em casa.
"Trabalhando com isso, aprendi o que precisava. Então, resolvemos abrir a loja em Fortaleza", diz Cheade. O administrador emprega, atualmente, 15 pessoas e tira seu sustento das quatro lojas em Fortaleza e uma em Aracaju, o valor bruto gira em torno de R$ 350 mil.
Em relação ao apoio externo, Eleni reforça a carência dos comerciantes de oportunidades ao microempreendedor. "A Prefeitura deveria olhar com outros olhos para nós". Já Cheade salienta que todo o recurso usado para a construção do negócio foi próprio, sem ajuda da Prefeitura. O administrador enfatiza que o governo poderia ajudar com divulgação, que é essencial para o sucess, e questões relacionadas à infraestrutura e segurança.