O que mais falta no trabalho do entregador de alimento é compreensão e humanidade por parte da população, principalmente dos clientes, ressalta o entregador Rodrigo Filho, 34 anos. A invisibilidade de dados que permeia a vida do comerciante de comida de rua, também afeta o entregador.
Nesse período de chuva, com diminuição de clientes in loco e aumento de entregas, a situação desses trabalhadores se deteriora, segundo relata. Com os riscos impostos pelas precipitações em uma cidade com má escoação como Fortaleza, é necessário diminuir a velocidade para preservar a integridade física do entregador e da mercadoria.
De acordo com Filho, as empresas não cobrem os custos caso algo aconteça com os produtos no processo de entrega. "Se o entregador cair, o prejuízo é todo dele. O proprietário do estabelecimento onde ele está trabalhando naquele momento não vai arcar com nada."
Muitos clientes, detalha o profissional, ainda reclamam do atraso nos pedidos sem considerar os obstáculos que aquele trabalhador passou para chegar até lá. Trânsito, Blitz, adversidade climáticas, entre outros problemas que permeiam o dia a dia da atividade do entregador.
Outro ponto de reclamação para Filho são as taxas de entrega que eles recebem. Apesar de os donos do negócios que os empregam repassem os valores, o montante ainda é considerado baixo por ele e sua categoria.