Não foi só a Alemanha que considerou o Ceará um dos ambientes mais competitivos no futuro mercado de hidrogênio verde, pelo que conta o presidente do Complexo do Pecém. Hugo Figueiredo contou que foi convidado pela embaixada britânica no Brasil para conhecer portos e a estrutura que o país prepara para o H2V.
A viagem deve acontecer na segunda semana de março e terá duração de sete dias. "Começa pela Escócia e vamos até o Norte, vamos conhecer todos os pontos, portos e centros de tecnologia para hidrogênio verde", contou em visita ao O POVO.
Os britânicos, assim como os alemães e todos os europeus, estão de olho no novo combustível como forma de substituir os gás natural, cujo fornecimento é feito pela Rússia. Com a invasão dos russos na Ucrânia, a Europa aliou os interesses ambientais ao objetivo de reduzir a dependência do gás russo e aumentar as sanções já feitas àquele país.
"A Europa como um todo está se movimentando para ganhar uma certa independência do gás natural russo e ao mesmo tempo desenvolver mercado para a tecnologia", afirma o presidente do Complexo.
Perguntado se a publicação dos parâmetros europeus sobre o hidrogênio verde já interferiram no planejamento do porto cearense, Figueiredo afirma que "ainda não deu tempo", mas apontou que os trabalhos com a consultoria a ser contratada no convênio com o Banco Mundial deve tratar desse enfoque.
O objetivo é de que a operação, assim como a geração e o transporte de H2V e derivados, esteja de acordo com as regras estabelecidas pelo futuro principal mercado consumidor global, que é o europeu.
Isso garante a competitividade do Ceará ainda quando o mercado está se formando no mundo, assim como pioneirismo no continente.