Encarados como parte da estratégia da indústria do Ceará para desenvolver novos segmentos e ainda fortalecer os já em atuação no Estado, os polos industriais planejados em apenas dois municípios cearenses devem gerar 17,4 mil empregos, entre diretos e indiretos, dentro de cinco anos. O cálculo é do Centro Industrial do Ceará (CIC), que estima ainda um investimento total de R$ 450 milhões.
O número de vagas projetadas correspondem aos trabalhos em curso em Guaiúba e Maranguape, segundo explica Marcos Soares, presidente do CIC. A ideia dos condomínios industriais, de acordo com ele, foi observada em experiências fora do Ceará e até do Brasil e se tornou a principal aposta do setor pela economia gerada aos empresários e ao grande impacto econômico local.
“As prefeituras cedem o terreno, o governo do Estado faz a infraestrutura e os empresários chegam para fazer a parte em comum”, explica sobre a parceria que envolve iniciativa privada e instâncias diferentes do poder público.
Perguntado sobre a economia de ter uma estrutura já montada em um terreno preparado para a construção, Soares conta que, em Guaiúba, o terreno de 55 hectares foi desapropriado por R$ 90 mil. Mas, quando o Banco do Nordeste foi avaliar a área para conceder financiamento às indústrias, o valor de apenas de 1 hectare chegava a R$ 1,42 milhão.
“Nesse momento, nós estamos trabalhando para consolidar Guaiúba e vamos lançar Maranguape, para no mais tardar no fim do ano ter alguma empresa já funcionando. Mas também temos algumas propostas como a da Prefeitura de Maracanaú, Morrinhos”, revelou, sobre a procura da prefeitura dessas cidades para projetos semelhantes.
Maranguape vai lançar oficialmente o polo local em cerimônia realizada na manhã de hoje, 11, com a presença confirmada do governador Elmano de Freitas (PT). O polo foi alvo dos trabalhos do CIC há mais de um ano e conseguiu reunir três seguimentos e um investimento estimado em R$ 200 milhões.
Ao todo, serão 25 empresas alocadas em uma área de 47 hectares. O Maranguape Industrial Park reúne indústrias dos setores químico, metal-mecânico e de roupas e confecções. É o mais diversos dos dois projetados até agora no Programa de Polos Industriais do CIC.
O setor de roupas e confecções deve gerar 1.496 vagas formais diretas, enquanto o setor metal-mecânico projeta a geração de mais mil vagas, segundo informou o CIC. Em relação às vagas indiretas, a expectativa chega a 5 mil vagas.
Já Guaiúba, que tem a Intraplast e a CB Plásticos já instalada e mais Fortfix, Wana Química, Forpack, Plastsan, Quimica Guaiúba (Unolar), Topazio Colchões, CBAA Asfaltos e a Limpemax em construção, projeta 3 mil postos formais diretos. Já os indiretos variam entre 6 mil e 7 mil, enquanto o investimento é de R$ 250 milhões.
São 21 empresas no total, segundo a lista contabilizada pelo CIC, e é o projeto mais consolidado entre os dois condomínios industriais em curso. Hoje, os planos de Marcos Soares - que foi presidente do Sidquimica durante o desenvolvimento do projeto - envolvem até a proposta de uma escola do Serviço Social da Indústria (Sesi) com educação básica e profissionalizante.
“"Vamos usar mão de obra qualificada como estagiário", ressalta, comentando que um outro acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa no Ceará (Sebra-CE) mira o desenvolvimento de negócios no local, como restaurantes e manutenção de equipamentos inexistentes na Cidade.
Os milhares de empregos indiretos projetados pelo CIC se devem à formação de uma cadeia produtiva relacionada às indústrias instaladas no polo e a negócios diversos criados a partir da demanda criada no local. “Serão necessárias empresas prestadoras de serviços terceirizados das áreas de manutenção, contabilidade, alimentação, saúde e serviços de design”, cita o Centro Industrial.
Para tal, Soares enfatiza a parceria com Sebrae e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) para a formação de novos negócios e de mão de obra especializada que atendam às duas possibilidades de criação de oportunidades ao redor dos polos. Além disso, ele destaca a possibilidade de envolver mais segmentos da indústria nos projetos.
“Nós estamos abertos para que qualquer setor se envolva. Tem 40 sindicatos na Federação e qualquer representante que quiser participar de um polo desse, estamos à disposição para organizar a partir dessa experiência em Guaiúba e agora em Maranguape”, arremata.