Contrariando a tendência nacional, a agropecuária cearense teve a maior expansão entre os três principais setores econômicos no Estado em 2022.
Conforme o analista de agropecuária e serviço do Ipece, Alexsandre Lira, "a agropecuária tem ganhado destaque, ano após ano, na medida em que a indústria, infelizmente, tem perdido participação. A agricultura caminha com suas próprias forças, especialmente com a irrigação".
Para além da conjuntura climática favorável, o agronegócio vem expandindo sua participação na composição do PIB por conta da adoção de novas tecnologias. Somente entre os anos de 2019 e 2020, os dados mais recentemente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um salto superior a um ponto percentual no peso do setor no conjunto da economia cearense, saltando de 5,14% para 6,51%.
No caso específico do ano passado, Lira citou entre os destaques da lavoura permanente as culturas da castanha de caju (com alta de 52%), do coco (23,6%) e da banana (alta de 6,8%). Já as produções de cacau, mamão e maracujá tiveram quedas de, respectivamente, 50%, 18,9% e 16,5%.
Quanto à lavoura temporária, as culturas da mandioca (que cresceu 35,6%), do milho (com expansão de (30,7%) e do abacaxi (cuja produção disparou 193%) foram os carros-chefes da produção no campo. Entre as produções com queda em 2022, a maior foi a do sorgo: 69,3%.
"Já na pecuária, a gente destaca a forte recuperação das produções bovina (11,8%) e leiteira (8,3%), além do bom desempenho na produção de galináceos, que inclui o abate de frangos, ovos (12,3%)", exemplificou Lira.