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Com 5G, Brisanet quer ampliar projeto de IOT no agronegócio para pequenos
Economia

Com 5G, Brisanet quer ampliar projeto de IOT no agronegócio para pequenos

| 'Roça conectada' | Modelo aplicado pode ter sucesso com juros a 5% ao ano, carência de cinco anos e prazo de 15 anos para pagamento, segundo CEO da empresa
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CEO da Brisanet destaca que hoje o consumo médio por cliente é de 400 GB/mês (Foto: Rogerio Lima/Apimec/Divulgação)
Foto: Rogerio Lima/Apimec/Divulgação CEO da Brisanet destaca que hoje o consumo médio por cliente é de 400 GB/mês

A Brisanet prepara um modelo de aplicação de internet das coisas (IOT, da sigla em inglês) para pequenos produtores rurais para o desenvolvimento do agronegócio no interior do Ceará.

Depois de desenvolver o modelo de cultivo de 30 culturas diferentes em 1,5 hectare, o CEO da empresa, José Roberto Nogueira, conta que vai expandir o projeto-piloto com uma dezena de agricultores para mostrar a viabilidade do negócio.

O valor do investimento está em estudo por ele, que projeta o fim do ano como prazo final para que tenha o modelo de negócio pronto. Com isso, a ideia do empresário é sugerir o cultivo de determinadas frutas a partir da meta de receita de cada família rural no projeto de "roça conectada com 5G".

"Hoje, um projeto para incentivar o agricultor implementando tecnologia, que precisa de investimento elevado, precisa de 15 anos para pagar, 5 anos de carência e 4% ou, no máximo, 5% ao ano de juros", adianta sobre as conclusões que já tomou.

Ao destacar que a Brisanet está levando soluções de tecnologia para o pequeno produtor porque apenas o grande tem acesso a este tipo de produto, hoje, ele defendeu durante o Seminário Água Innovation a participação ativa do governo para que modelos de financiamento como o sugerido por ele sejam praticados, assim como a divulgação da produção local seja divulgada no Exterior.

Nogueira defende que "o Nordeste não tem problema de produção", mas de venda, e pede uma ação mais ativa de bancos de fomento, os quais "tem que passar para uma nova reestrutura, para tecnologia na pequena agricultura."

Nesta frente, o empresário já reuniu representantes do Banco do Nordeste e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para visitar o projeto-piloto e pensar em modelos de incentivos no ano passado.

Outro papel do Estado que é crucial para o desenvolvimento do agronegócio entre os pequenos produtores, segundo o CEO da Brisanet, é o estímulo à conexão no Interior. Ele cita como exemplo a ativação da nova geração de telefonia móvel em Pereiro, cidade-sede da empresa, cujo valor de instalação das antenas na área rural é seis vezes maior do que a área urbana da cidade.

"Eu não tenho dúvida de que o 5G chegando em qualquer área onde possa automatizar um pequeno projeto, isso vai fazer com que a pequena agricultura evolua nos próximos dez anos o que não evoluiu nos últimos mil", projeta. 

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Cooperativa é opção para pequeno se tornar grande

Mesmo reconhecendo o papel crucial da tecnologia para o avanço da agropecuária no Ceará, o organizador do Seminário Innovation, Carlos Matos, aponta que a organização dos pequenos produtores rurais em cooperativas deve ser uma etapa anterior à modernização - e funciona como uma promotora deste processo.

Ao citar o exemplo do Paraná tratado em uma das palestras do seminário, ele conta que as três milhões de cooperativas existentes naquele estado do Sul, hoje, não existiam em 1970, o que pode ser replicado entre os cearenses.

"Nós temos cerca de 1,5 milhão de pessoas vivendo no campo, aqui. Essas pessoas estão dispersas, fragmentadas e os pequenos produtores precisam se organizar num mecanismo de cooperativas, que possa permitir que tenham acesso à crédito, à assistência técnica, tenham realmente acesso ao que pode transformar", afirma, defendendo o cooperativismo como modelo mais adequado.

O sucesso, de acordo com ele, é quase garantido, uma vez que de posse deste conhecimento e desses mecanismos, os pequenos produtores poderão potencializar os trabalhos, atingindo novos mercados a partir de uma metodologia assertiva.

"É realmente uma oportunidade de gerarmos emprego no campo de forma sustentável", arremata.

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