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Consignado do INSS: sem acordosobre juros, serviço continuasuspenso em todo País
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Consignado do INSS: sem acordosobre juros, serviço continuasuspenso em todo País

| Negociação | Ministério da Previdência e Bancos travam queda de braço enquanto Fazenda tenta definir um meio-termo
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EMPRÉSTIMOS e renegociações estão suspensos a beneficiários (Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)
Foto: FÁBIO LIMA/O POVO EMPRÉSTIMOS e renegociações estão suspensos a beneficiários

A reunião do conselho político, feita no Palácio da Alvorada com a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não foi suficiente para solucionar o impasse do juros do consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e o serviço segue suspenso em todo o País. O ministro Carlos Lupi (Previdência) e os bancos travam uma disputa sobre o novo patamar da linha de crédito.

Os bancos começaram a suspender na semana passada temporariamente a concessão deste tipo de crédito após o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) reduzir de 2,14% para 1,70% ao mês o teto de juros para essas operações. O teto também recuou de 3,06% para 2,62% para as operações com cartão consignado.

Uma nova reunião do CNPS está marcada para a próxima terça-feira, 28, e há expectativa de que o colegiado promova nova alteração nas taxas do consignado.

Propostas

Duas propostas estão na mesa, segundo publicou jornal O Globo, ontem. De acordo com a publicação, o governo aceitou elevar a taxa do consignado do INSS de 1,70% para 1,85%. No entanto, os bancos privados querem que seja de 2,03%.

Outra negociação em curso entre as partes trata do cartão de crédito consignado. Enquanto o governo propõe elevar a taxa de 2,62% para 2,77%, os bancos querem 2,93%.

Até que esse impasse não seja resolvido, aposentados e pensionistas do INSS não podem fazer novos empréstimos e também não consegue renegociar as dívidas já existentes.

Preocupação da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem, 24, que o governo está preocupado com o fato de diversos beneficiários do INSS estarem com dificuldades para pagar o rotativo do consignado. Haddad também declarou que vários bancos e financeiras têm praticado taxas nas operações de crédito consignado abaixo dos 2% ao mês.

As declarações foram feitas após Haddad participar de reunião do conselho político no Palácio da Alvorada.

"Nós estamos analisando, alguns bancos já estão com taxa inferior a 2%, mas a gente identificou outros problemas que precisam, que até inspiram mais cuidados até, por exemplo, o rotativo do consignado, uma coisa que preocupa muito, porque muitas famílias não estão conseguindo sair do rotativo do consignado, então nós estamos levantando outros problemas para dar um encaminhamento", disse o ministro.

A expectativa é de que tratativas de bastidores sejam feitas até a próxima segunda-feira, véspera da reunião, para a costura de um novo acordo entre Previdência e bancos. Assim, a reunião selaria as novas taxas definitivamente. Uma nova rodada de negociação traria mais desgaste ao governo que já demonstra sinais de crise entre Lupi e os ministros mais próximos de Lula, como Haddad e Rui Costa (Casa Civil). (Com Agência Estado)

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