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Receita precisa subir até R$ 150 bi para âncora fiscal funcionar
Economia

Receita precisa subir até R$ 150 bi para âncora fiscal funcionar

|Arcabouço fiscal| Cálculo é do ministro Fernando Haddad. Projeto deve ser enviado ao Congresso até dia 10
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São Paulo (SP), 31/03/2023 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala sobre encontros com representantes de instituições financeiras e entidades representativas de classes no gabinete do Ministério em São Paulo.  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil São Paulo (SP), 31/03/2023 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala sobre encontros com representantes de instituições financeiras e entidades representativas de classes no gabinete do Ministério em São Paulo. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta ontem que precisa ampliar a receita do governo em R$ 110 bilhões a R$ 150 bilhões para viabilizar as metas do arcabouço fiscal, a nova regra divulgada na semana passada em substituição ao teto de gastos.

Segundo ele, o projeto pode ser enviado ao Congresso apenas na próxima semana. Para ampliar a arrecadação, o governo vai apresentar inicialmente três medidas para reforçar os cofres:

  • taxação de apostas eletrônicas, com objetivo de arrecadar de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões por ano;
  • taxação de e-commerces que driblam as regras da Receita Federal, não pagando impostos (o que o ministro chamou de "contrabando", com perdas estimadas de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões)
  • e não permitir que subvenção a Estados para investimento seja equiparada a custeio - medida que pode render de R$ 85 bilhões a R$ 90 bilhões.

"Ente R$ 110 e 150 bilhões você zera o déficit no ano que vem", afirmou Haddad à GloboNews.

Segundo ele, não é preciso "aumentar e nem criar imposto para atingir esse objetivo". "Basta cobrar de quem não paga", disse.

Meta é zerar déficit em 2024

A proposta de arcabouço fiscal apresentada pelo governo prevê zerar o rombo das contas públicas em 2024 e passar a ter superávits primários (receitas maiores que despesas, sem contar o pagamento dos juros da dívida) a partir de 2025.

Apesar de as equipes técnicas dos ministérios da Fazenda, Planejamento e Orçamento e Casa Civil terem trabalhado durante todo o fim de semana na formatação do texto final da proposta de novo arcabouço fiscal, ele pode ser enviado ao Congresso apenas na próxima semana, segundo Haddad.

O ministro garantiu que a proposta chegará aos parlamentares com medidas para a recuperação das receitas federais.

"As equipes estão por conta disso desde sexta-feira, 31, trabalharam no fim de semana. Como não tem sessão do Congresso nesta semana, vão aproveitar esses dias para calibrar a proposta. Se ficar pronto antes, enviamos até quarta-feira. Se não, mandamos na segunda-feira da semana que vem", afirmou ele.

A estratégia do governo envolve também o fechamento de brechas na legislação usadas pelas empresas e pessoas físicas para pagar menos imposto e um esforço concentrado na defesa das grandes causas no Judiciário que podem reforçar o caixa do governo em caso de vitória da União.

Entre as medidas, o governo considera propor uma mudança na tributação dos fundos exclusivos usados pelos super-ricos para aplicar o seu dinheiro. Nos governos passados, já houve três tentativas frustradas de mudar essa tributação. (Agência Estado)

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