Nos próximos quatro anos, 122 novos hotéis devem entrar em operação no Brasil, perfazendo um investimento de, pelo menos, R$ 5,7 bilhões. Serão quase 18 mil novos quartos distribuídos por 93 cidades. O Ceará é o segundo do Nordeste e o sexto do País com maior ampliação prevista, segundo o relatório Panorama da Hotelaria Brasileira de 2023.
Serão 476 novos quartos em três hotéis em desenvolvimento no Estado. Esse quantitativo de unidades habitacionais (UHs) está atrás somente do registrado em Pernambuco, onde está previsto um incremento de 1.202 novos quartos em dez empreendimentos.
O estudo produzido pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) mostra que 78% da expansão do setor hoteleiro no País está concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Entre os estados, São Paulo lidera a lista com a oferta de 7.630 novos quartos em 44 hotéis em desenvolvimento.
As estimativas de investimento foram indicadas pelas redes participantes do estudo, e incluem o custo de construção mais o terreno. "Os números devem ser interpretados como uma ordem de grandeza, pois os valores informados foram apenas as estimativas iniciais, e não o total realmente investido", pontua o FOHB.
Neste contexto, o segmento supereconômico/econômico perdeu espaço para o midscale/upper-midscale (hotéis que oferecem mais conforto e elegância) na quantidade de investimento, mas se mantém com o maior número de UHs para os próximos anos, totalizando 9.455 novos apartamentos contra 6.625 do midscale.
Já os hotéis de categoria upscale/luxo, categoria alto padrão, continuam sendo representativos no valor investido, mas contabilizam apenas 1.843 novas UHs.
O relatório trouxe ainda que sete em cada 10 novos hotéis estão sendo construídos no interior. As cidades com mais de 1 milhão de habitantes perderam participação, enquanto as cidades com até 100 mil moradores ganharam destaque no desenvolvimento de novos hotéis.
Em 2022, elas representavam 24% da nova oferta, sendo que agora totalizam 35% da oferta futura.
De acordo com a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, a alta procura pelo turismo rural e pelo ecoturismo têm incentivado que as grandes redes construam unidades fora dos grandes centros.
“Como impacto da pandemia, tivemos uma variação no interesse do turista, que passou a procurar mais destinos de natureza e o meio rural, com atividades da agricultura familiar. Por isso, já estamos atuando no desenvolvimento desses dois segmentos, através de projetos como o RedeTrilhas e o Experiências do Brasil Original, que apoiará a estruturação de roteiros turísticos em comunidades tradicionais do país”, disse.
Recentemente, o Ministério do Turismo lançou o projeto Experiências do Brasil Original, que irá apoiar a estruturação de roteiros turísticos em comunidades tradicionais do país, valorizando e dando visibilidade a povos indígenas e quilombolas.
A estruturação de roteiros turísticos nesses locais deve contar com o apoio dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial, além de instituições como a Universidade Federal Fluminenses (UFF) e a Sociedade Alemã para Cooperação Internacional (GIZ).