A cearense J. Macêdo prepara um investimento de R$ 63 milhões no parque fabril em 2023, segundo informou em entrevista exclusiva ao O POVO Irineu José Pedrollo, diretor-presidente da J.Macêdo. A companhia expandiu em 136,7% o lucro líquido em 2022 ante 2021, registrando R$ 317,9 milhões.
O Ebitda - lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização - chegou a R$ 443,1 milhões e representou um avanço de 70,6% no último ano, segundo apresenta o balanço financeiro da empresa divulgado na última semana.
"Para 2023, temos uma previsão de cerca de R$ 63 milhões de investimentos para atualização do parque fabril, que é uma ação constante da companhia", afirmou o diretor-presidente da J.Macêdo.
A empresa conta com três fábricas. Duas delas estão na Bahia: a Simões Filho, atrelada ao Centro de Distribuição, e a segunda localizada no Moinho de Salvador. A terceira é a Unidade São José dos Campos, instalada em São Paulo.
No Ceará, sede da empresa, há o escritório e moinho no Porto do Mucuripe, em Fortaleza, e o Centro de Distribuição em Caucaia. Além disso, a J. Macêdo ainda conta com unidades (entre CDs, escritórios e representações) em Pernambuco, Alagoas, Pará, Goiás e Paraná.
Detentora de marcas fortes do setor de massas, como a Dona Benta, a empresa não sofreu impacto significativo no que diz respeito às restrições pelos consumidores apenados pela inflação elevada observada nos alimentos no último anos.
"Apesar do ambiente de negócio ser mais desafiador a curto prazo, com alta no preço do trigo, taxa de juros e inflação elevada, os segmentos de massas alimentícias e de farinha de trigo se beneficiam do baixo ticket médio e de sua importância dentro da cesta de consumo dos brasileiros", argumenta Pedrollo.
Sem revelar os números da empresa para participação de mercado, ele cita dados da Associação
Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados, que apontam uma elevação de 24% no faturamento do setor entre 2019 e 2021.
"Apesar do cenário tão adverso por conta da pandemia, 2022 foi marcado pela volta gradual das pessoas às suas rotinas fora de casa. Porém, alguns hábitos se mantiveram, principalmente em relação à alimentação. Com isso, algumas de nossas categorias foram beneficiadas, como as misturas domésticas para bolos e fermentos", complementa.
Prestes a completar 84 anos de atividae, em agosto, a J. Macêdo aponta o mercado interno como alvo principal do negócio e aponta os motivos para o desempenho positivo no último ano, citando os avanços conquistados com a mudança no modelo de gestão, o aumento da eficiência, a precificação correta dos nossos produtos, o rígido controle de despesas e na boa estratégia de compra de matérias-primas, em especial o trigo.
O diretor-presidente da companhia ainda comemora a atribuição do Rating Nacional de Longo Prazo 'AA-(bra)'; Perspectiva Estável pela Fitch Ratings em 2022: "A classificação reflete o nosso perfil de liquidez e flexibilidade financeira. Temos margens maiores e menos voláteis por conta de nossa eficiência na gestão de custos e preços, resultado de uma importante reestruturação estratégica realizada em 2020. A empresa está equilibrada, com as operações financeiras e operacionais equacionadas e, portanto, com perspectivas muito positivas a médio e longo prazos."
Perguntado sobre os investimentos em inovação, fechamento de novas parcerias ou mesmo compras de startups ou mesmo novas marcas, Irineu José Pedrollo disse apenas que "em breve, apresentaremos para o mercado novidades nas categorias em que atuamos."
"Teremos novidades em biscoitos, salgadinhos e sobremesa; além de iniciativas para atualizações das marcas. Por questões de estratégia, no momento preferimos não adiantar informações. Mas tenho certeza de que iremos surpreender positivamente nossos consumidores", prometeu para este ano.