O aumento na conta de luz será mais um fator a pressionar o orçamento das famílias, explica o professor de Finanças Pessoais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Érico Veras Marques.
"Foi mais um aumento em cima da renda das famílias que já está comprimida e prejudicada por uma série de contas", afirmou o especialista, citando, por exemplo, a recém-criada Taxa do Lixo, em Fortaleza. "Você está só colocando mais coisas e muitas pessoas não estão conseguindo nem ter a sua reposição salarial. Isso diminui o seu poder de compra".
Ontem, a pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-CE), mostrou, por exemplo, que no bimestre de março e abril deste ano, 70,6% dos consumidores da capital cearense possuíam algum tipo de dívida. Destas, 22,1% estavam em atraso.
Ele lembra que, diferente de outras categorias de produto, na energia, não é possível trocar de fornecedor em caso de alta de preços. Logo, o principal caminho a ser adotado para quem quer economizar é readequar o consumo.
"A única coisa que eu posso fazer para diminuir o valor, é consumir menos. As famílias vão ter um incremento nas despesas e esse impacto vai depender de cada orçamento. O problema é quando você já está com as contas muito comprometidas".
Ele reforça que há ainda de ser considerado o efeito que a alta nos custos de energia geram para a economia como um todo. "No caso do produtor rural, não residencial, por exemplo, isso gera um insumo mais caro e provoca uma inflação naquilo que ele produz" (Guilherme Gonsalves/ Especial para O POVO)