Pela décima primeira semana consecutiva, o preço médio do litro do diesel nos postos no Brasil caiu. É o que mostram os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgados na última segunda-feira, 24.
Os números são da semana de 16 a 22 de abril. Em média, o valor do diesel no país está por R$ 5,73 litro, o que representa uma queda em cerca de meio por cento do valor cotado anteriormente.
No Ceará, o preço médio ficou em R$ 6,02, pouco acima do valor em escala nacional. Já em Fortaleza, o valor supera ambas chegando a R$ 7,69 pelo litro.
Desde a segunda metade do mês de junho de 2022, quando o preço de bomba do diesel superou o da gasolina pela primeira vez na história da Petrobras, este é o segundo menor valor registrado no Ceará.
Apenas a semana de 26 de março ao dia primeiro de abril apresentou um preço abaixo, quando o diesel fechou em R$ 6 reais.
Em contrapartida, o valor da gasolina comum no Ceará ficou em R$ 5,78, apresentando um aumento em dez centavos da semana anterior, e uma queda de quatro centavos no final de julho e início de agosto do ano anterior.
Na capital cearense, a gasolina comum marcou praticamente o mesmo valor do estado, R$5,79 ficando a frente por uma diferença mínima.
Já no cenário brasileiro, o preço ficou abaixo, e marcou R$ 5,51. Mantendo assim, a mesma média da semana anterior.
De acordo com Bruno Iughetti, consultor no setor de combustíveis e energia, o preço do diesel não poderia estar custando mais do que o da gasolina, “Porque essa variação de preço afeta principalmente os fretes. Fazendo com que haja um desencadeamento de resultado inflacionários, seja na cadeia de consumo de uma maneira geral, seja no transporte”, disse.
Bruno aponta que uma solução pode ser encontrada por meio da revisão de política de preços da Petrobras e afirma que busquem um caminho que faça com que o diesel possa ser mais competitivo no mercado.
Ele lembra que pode-se aproveitar o momento atual com a política de preços em vigor, e que se reveja a redução de preço-refinaria, pois um dos fatores que contribuem na formação de preços, é o petróleo internacional.
De acordo com ele, esse é o momento em que a Petrobras deveria proceder a aplicação desse fator de queda do petróleo internacional aliado também a uma queda leve.“Até estabilização do dólar para proceder uma redução dos preços na refinaria e consequentemente na cadeia logística e de consumo”, afirma.
“O óleo diesel é um produto de extrema importância, porque mexe diretamente na base da economia, transporte e indústria", lembra Ricardo Pinheiro, consultor de engenharia de petróleo.
Ricardo cita uma redução recente, mas que ele não acredita ser contínua e que irá perdurar. Segundo o consultor, a Petrobras não conseguiu se distanciar totalmente da qualidade dos preços internacionais.
Nas palavras dele, com isso, a empresa fica sensível ao custo do petróleo bruto como também das variações cambiais. “Mesmo que o preço do diesel esteja em um patamar próximo ao da gasolina, ele ainda está com a variabilidade de preço muito grande”, diz.
Por se manter neutro na Guerra na Ucrânia e manter relações com diversos países, o Brasil importa petróleo tanto da Rússia como dos Estados Unidos, o que ajuda a explicar essa variabilidade grande no preço.
“A Rússia tem preços bem mais baixos do que o mercado pois está sofrendo de transições nos Estados Unidos e Europa, então ela está disponibilizando no mercado produtos acabados de refinação da gasolina e diesel”, afirma.
Com isso o mercado russo apresenta um preço mais barato em relação ao mercado internacional, mas por conta das importações feitas com os Estados Unidos, o valor do dólar pesa.
Por um lado, o Brasil já tem uma garantia estabelecida para mercados diferentes com quem possa negociar diferentes formas de pagamento, mas que os valores se diferenciam.
“Dessas importações ainda feita através do dólar o câmbio continua ainda sendo um impacto no preço final então a gente considera tanto o valor como a questão do câmbio no preço do diesel”, destaca.