A Receita Federal abriu prazo para que as empresas que reduziram indevidamente os valores do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), em desconformidade com o artigo 30 da Lei 12.973/2014, possam regularizar sua situação antes do processo de fiscalização.
A medida ocorre após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do último dia 26, que deu ganho de causa à União para permitir a cobrança dos dois tributos federais com a "alíquota cheia", ou seja, sem o desconto de benefício fiscal estadual ou do Distrito Federal.
O prazo para regularização espontânea vai até o final de julho deste ano. A Receita identificou cerca de 5 mil contribuintes com indícios de redução indevida de valores de IRPJ e CSLL.
Ontem, o órgão deu início à comunicação dessa possibilidade aos contribuintes por meio de notas e correspondências. "A orientação dos contribuintes e a oportunidade de autorregularização permitem a redução do litígio e a solução mais eficiente e proveitosa para as empresas e para a população brasileira", afirmou o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
A autorregularização dos contribuintes antes do início do procedimento fiscalizatório permite o recolhimento dos valores sem acréscimo de multa moratória (20%) ou de ofício (75% ou mais), “ou seja, em valor substancialmente menor do que aquele devido em caso de autuação.”
De acordo com Barreirinhas, mesmo no caso de contribuintes que já estão sob fiscalização ou já autuados, a regularização dentro do prazo da autuação permite substancial redução dos acréscimos, em até 50% do valor da multa. Também oferece possibilidade de parcelamento em até 60 meses e, no caso de contribuintes que já foram autuados, redução substancial das multas e juros por adesão à transação do Programa Litígio Zero.
“As dezenas de bilhões de reais a serem recolhidos no âmbito desse programa de autorregularização e na cobrança subsequente serão essenciais para a continuidade dos serviços públicos e programas sociais não apenas da União, mas também de estados e municípios que receberão parcela significativa dos recursos”, completou o secretário.