O Ceará registrou o quinto pior desempenho do Brasil em rendimento médio mensal da população em 2022 entre as pessoas que possuem algum tipo de ganho.
Segundo levantamento do Rendimento de todas as fontes 2022 (PNAD Contínua), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa renda média no Estado é de R$ 1.736, um aumento de 1,7% em relação a 2021 e 1,1% maior que o do início da série em 2012.
Mesmo assim, o Estado cresceu menos do que outras unidades da federação, saindo da 10ª para a quinta pior colocação. Os quatro piores são Maranhão, Bahia, Alagoas e Pernambuco.
Todos os estados do Nordeste ficaram abaixo da média nacional no quesito. O estudo mostra que a população brasileira teve rendimento mensal de R$ 2.533, e o melhor estado nordestino foi o Rio Grande do Norte, com média de R$ 2.055.
O Nordeste também é destaque negativo na renda média domiciliar per capita, que considera todos os residentes da casa, incluindo os que não possuem nenhum tipo de ganho. Foi registrado o valor de R$ 1.011 no quesito, o pior entre as regiões.
O Ceará teve desempenho parecido, com média de R$ 1.037, um crescimento de 5,8% ante 2021, chegando a R$ 9,6 bilhões em 2022.
Em 2022, foram estimadas 9,3 milhões de pessoas residentes no estado do Ceará, ante 8,7 milhões em 2012. Deste total registrado em 2022, 5,5 milhões (59,7%) possuíam algum tipo de rendimento. Esse foi o maior percentual da série, iniciada em 2012.
A Região Nordeste também apresentou a maior estimativa (59%) em todos os anos da série histórica iniciada em 2012. Na comparação com 2021, todas as Grandes Regiões apresentaram aumento do percentual de pessoas com rendimento no total da população residente.
Por outro lado, o Ceará registrou, em 2022, os menores índices de desigualdade desde o início da série, iniciada em 2012. O índice de Gini do rendimento domiciliar per capita, cálculo aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos, foi a 0,518, colocando o Estado como o 10º menos desigual.
Um dos aspectos que ajudou a reduzir a desigualdade foram as políticas sociais, principalmente o Auxílio Brasil, cujos valores médios superiores ao antigo Programa Bolsa Família podem ter contribuído para os ganhos de rendimento domiciliar ocorridos na primeira metade da distribuição de renda em 2022.
No Ceará, 31,9% dos domicílios tiveram acesso ao benefício, ante 17,4% em 2021. E 7% receberam o Benefício de Prestação Continuada (BPC), maior que os 5% registrados no ano anterior.
"Houve redução da desigualdade do rendimento do trabalho aqui no estado, e essa melhora, aliada aos benefícios sociais e ao fato de a renda do trabalho ser a principal fonte de renda dos domicílios, pode sugerir esse canal como importante meio para a redução da desigualdade no período", analisou Helder Rocha, chefe da Disseminação das Informações do IBGE.